
Medo. Esse é o sentimento predominante em Recife e na região metropolitana de Pernambuco desde que a greve dos policiais e bombeiros militares iniciou há dois dias. Nesta quinta-feira, lojas, supermercados, escolas, universidades e órgãos públicos foram fechados. Assaltos e arrastões rapidamente compartilhados nas redes sociais criaram um clima de pânico que chegou ao auge no início desta tarde.
- Estou me sentindo na guerra. Pode parecer exagero, mas comprei bastante comida e água no mercado , com medo de ter que voltar lá - conta a fotojornalista gaúcha, Lidiane Mallmann, 33 anos.
PM decide encerrar greve em Pernambuco na noite desta quinta
Acuada dentro do apartamento que está dividindo, durante as férias, com o namorado, no bairro de Boa Viagem, em Recife, Lidiane conta que nunca viveu nada parecido:
- Saí na rua pra comer e o porteiro do prédio disse que tinham assaltado duas pessoas, no mercado saí correndo porque teria arrastão, no restaurante que eu queria ir, colocaram fogo num carro. Ou seja, estamos acuados dentro de casa.
Mesmo com os equipamentos de fotografia consigo no Recife, a jornalista diz que não teve coragem de retirá-los do apartamento, com medo de ser roubada.
- Estão levando até os carros. O bandido aborda o motorista no meio da rua e leva o carro. Sabe terra sem lei? Tá assim. Por isso não dá pra sair de casa - observa a jornalista.
O Ministério da Justiça autorizou nesta quinta-feira o envio de homens da Força Nacional de Segurança Pública para Pernambuco, a pedido do governador João Lyra Neto. O reforço está autorizado a permanecer em Pernambuco pelo período necessário, até o encerramento da greve, para atuar em ações de segurança e ordem pública.
Lidiane fez um vídeo de quando, segundo ela, "o Exército chegou tocando terror e fazendo barulho" pelas ruas de Recife: