
Um incêndio de origem criminosa atingiu uma das principais igrejas católicas em Jerusalém, no Monte Sião, durante a visita do Papa Francisco, declarou à AFP o porta-voz da Abadia da Dormição, o frei Nikodemus Schnabel.
- Alguém entrou na igreja, desceu à cripta, pegou um livro utilizado por peregrinos e o levou a uma pequena sala perto do órgão, onde incendiou o livro, queimando cruzes de madeira - disse o monge.
- A polícia está no local e nos disse que não é um acidente - informou o monge beneditino.
Parte do mobiliário e cruzes de madeira foram queimados e os monges, que conseguiram controlar o fogo com extintores de incêndio, estavam cobertos de cinzas, constatou um jornalista da AFP no local.
Missa celebrada pelo Papa gerou ira em extremistas Judeus
Pouco antes do incidente, o Papa celebrou uma missa no edifício vizinho do Cenáculo, local sagrado para cristãos, judeus e muçulmanos que reflete as tensões na Cidade Santa. A missa provocou a ira de extremistas judeus, que temem que a visita do Papa ao Cenáculo faça parte das negociações entre Israel e a Santa Sé para colocar um fim às restrições para as cerimônias cristãs no local.
Atualmente, os cristãos têm acesso livre ao local, mas só podem celebrar missas duas vezes por ano, na Quinta-Feira Santa e em Pentecostes. De acordo com a tradição cristã, foi neste local, no Monte Sião, que ocorreu a Última Ceia, a última refeição de Jesus com seus apóstolos, em que se instituiu a Eucaristia.
A polícia israelense deteve dezenas de extremistas judeus suspeitos de querer perturbar a visita do Papa.
O papa Francisco concluiu nesta segunda-feira à noite sua primeira visita à Terra Santa, em uma peregrinação de três dias com forte conotação religiosa, mas também políticas.
*AFP