A greve dos policiais militares que causa pânico na população de Recife (PE) pode se espalhar por outros Estados do Brasil, inclusive o Rio Grande do Sul. A observação foi feita, na tarde desta quinta-feira pelo Leonel Lucas Lima, presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf) da Brigada Militar (BM)
- Na madrugada de terça-feira, na BR 285, em Passo Fundo, colocaram fogo em pneus e deixaram um boneco de brigadiano. Esse tipo de coisa é um movimento que nasce na tropa e se espalha - comentou.
A noticia sobre a manifestação citada por Lucas foi publicada no site do jornal Nacional, de Passo Fundo, na quarta-feira. Lucas disse que as condições para que este movimento seja gerado no meio da tropa é quando as negociações entre as entidades que representam a tropa e o governo parem. No caso do Rio Grande do Sul, ele diz que as negociações do plano de carreira da BM estão paradas.
De acordo com a assessoria de imprensa do governador Tarso Genro, o relacionamento com as diferentes categorias é bom. Existe a possibilidade de algumas manifestações, mas "são bem pontuais". A categoria recebeu recentemente um aumento de 15%, aprovado pela Assembleia Legislativa.
O movimento dos policiais militares de Pernambuco não foi o primeiro, observa Lucas. Recordou que em março aconteceu no Pará, Bahia e Maranhão. No mês seguinte, abril, Brasília e Rio Grande do Norte.
- O que se observa é que há um clima muito tenso nas polícias militares causados por problemas salariais. O que estou falando é um fato. O resto é conversa. Lembro que sempre que não há avanço nas negociações entre as entidades e os governos, os movimentos espontâneos crescem no meio da tropa - conclui.
Em 1997, uma greve geral iniciada em Minas Gerais se espalhou para 19 Estados brasileiros depois que um policial foi morto.