Municipários estavam em estado de greve desde 29 de abril
Foto: Charles Dias/ Especial

O impasse entre servidores municipais e prefeitura de São Leopoldo, na discussão sobre o reajuste salarial do funcionalismo, ganhou nova página. Desde a manhã de hoje, todas as categorias estão em greve geral por tempo indeterminado. afirmam os sindicatos. O estado de greve já durava um mês e as negociações iniciaram há 50 dias.
Os municipários reivindicam aumento de 18,32%, além de reajuste de R$ 3 no vale-alimentação (de R$ 17 para R$ 20). Já o município oferece a reposição da inflação (5,61%) e aumento real de 1% a partir de novembro. Para o vale-alimentação, a proposta é de incremento de 12% imediatamente. A prefeitura alega que não há a possibilidade de atender o que pedem os servidores e que há dificuldade, inclusive, de honrar com os pagamentos deste mês.
Um grupo de servidores está desde às 8h em frente à Câmara de Vereadores na tentativa de impedir qualquer votação que envolva o projeto.
O prefeito Aníbal Moacir confirmou que não enviará a proposta esta semana ao legislativo municipal. O projeto de reajuste, entretanto, deve ser encaminhado na próxima segunda-feira havendo concesso com os servidores ou não.
- Vou pedir uma sessão extraordinária, não sei ainda se em regime de urgência, mas precisamos resolver isso - explica Moacir, afirmando que não considera greve e sim uma paralisação o movimento do servidores. - Apenas 10% dos funcionários aderiram ao movimento. Isso não é greve.
Na rede escolar, das 47 instituições de ensino fundamental e infantil, sete estão fechadas. Já o presidente do SindiSaúde, Andrei Rex, afirma que apenas os funcionários de serviços essenciais estão trabalhando. O Hospital Centenário e os centros de saúde estão com 30% do efetivo, conforme exige a lei, e atendem apenas urgência e emergência.
- Estamos com servidores orientando a população de como se dá o atendimento durante o período de greve - afirma Rex.
Representantes do Conselho Regional de Enfermagem estão fiscalizando o atendimento nas instituições de saúde para garantir que haja o cumprimento dos 30% de funcionários nos locais e também o atendimento dos casos mais graves.
Grevistas terão ponto cortado

O prefeito Aníbal Moacir afirmou que os servidores que aderirem à greve terão, a partir de hoje, os pontos cortados. Segundo o gestor, é uma forma de respeito aqueles que seguem trabalhando.
- Eu prometi que não haveria corte no ponto dos dias parados na semana passada, com a garantia de compensação, inclusive. Agora, os servidores estão em outro momento, e daí sim, vamos cortar o ponto a partir de hoje - afirma.
Moacir destaca que o gasto da prefeitura com pessoal no teto do permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de em 54%. São Leopoldo tem cerca de 6,2 mil municipários, o sindicato afirma que são 5,7 mil. Os gastos com cargos comissionados somam 3,7% da folha, e, segundo o prefeito, não é o problema.