
No início da tarde deste domingo, os trios elétricos animavam o público que chegava à Avenida Paulista, região central da capital, para a 18ª Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). Um dos maiores eventos em prol da diversidade sexual do mundo, neste ano a parada sai as ruas com o lema: "País vencedor é país sem homolesbotransfobia. Chega de mortes!".
- O que querem os gays na avenida que é o maior símbolo do capital? Nós queremos respeito. Queremos dignidade - sintetizou o sócio-fundador da associação da parada, Nelson Matias, sobre o espírito do evento.
- Amar quem eu quero é um direito de foro íntimo. A sociedade tem que respeitar e o governo, garantir - acrescentou ao participar da entrevista coletiva de abertura do evento.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvati, disse que a comunidade LGBT deve aproveitar a mobilização conseguida com a parada para pressionar o Parlamento pela aprovação de projetos contra o preconceito.
- Vocês colocam 2 ou 3 milhões de pessoas na rua. Vocês precisam transformar isso em votos no Congresso Nacional. Porque essa imagem de poder do homem branco, rico e hétero está instalada lá - ressaltou a ministra.
Ideli manifestou apoio ao Projeto de Lei 122 de 2006, que tipifica a homofobia como crime, uma das principais bandeiras da parada.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, destacou que, apesar do clima festivo, a parada ainda remete a temas de grande seriedade. "Nós entendemos que isso aqui é uma parada cívica. Para nós, infelizmente, ainda não é uma festa", disse o prefeito, que lembrou as "atrocidades" cometidas por pessoas que têm preconceito.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aproveitou o momento para anunciar a instalação da sede do Museu da Diversidade Sexual, na Avenida Paulista. A instituição funciona atualmente na Estação República do metrô, onde recebeu cerca de 35 mil visitantes ao longo do ano passado.
O governo trabalha agora para a desapropriação indireta de um casarão do século 19, remanescente do início da ocupação da região.
- Quem passar na Paulista vai ver uma casa em mau estado. Mas ela será restaurada para ser o Museu da Diversidade - anunciou o governador.