
Com média de oito por ano de 2009 até agora (veja o gráfico abaixo), as quedas de veículos no Arroio Dilúvio da Avenida Ipiranga, na Capital, fazem emergir um antigo debate: instalar estruturas metálicas em toda a extensão da via é uma alternativa para evitar os mergulhos acidentais? Apesar de a última semana ter registrado dois casos, um deles com morte, especialistas em trânsito consultados por ZH consideram a medida um exagero.
O diretor-presidente da Empresa Pública de Transportes e Circulação, Vanderlei Cappellari, é enfático: a opção está descartada
- Os acidentes poderiam ser agravados, com os carros voltando para a pista e envolvendo outros veículos, sem falar em riscos de ferimentos graves com motociclistas e na necessidade constante de retirada dos equipamentos para a limpeza do arroio - diz
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Professor do Laboratório de Sistemas de Transportes da UFRGS, João Fortini Albano concorda com a posição da EPTC, mas defende a proteção em pontos estratégicos:
- Em trechos que incluem os quatro cantos de todos os cruzamentos e as curvas em que o arroio fica para o lado contrário da conversão deveria haver defensa metálica.
Para o professor de Transportes do Curso de Engenharia Civil da PUC-RS, Rafael Roco de Araújo, que também é contra o cercamento total do córrego, o dilema está no comportamento dos condutores.
- O foco deve estar na educação dos motoristas para a convivência em ambientes compartilhados, como o do trânsito - avalia. A EPTC aposta na instalação de caetanos em 16 cruzamentos de Porto Alegre, cinco deles na Avenida Ipiranga. A licitação começou em 2013, mas foi suspensa por uma liminar. O processo aguarda decisão da Justiça.
*Zero Hora