
A enchente que atinge o norte e noroeste do Rio Grande do Sul e o oeste catarinense já é a maior em 30 anos na região. No Estado, mais de 3 mil pessoas já tiveram de deixar suas casas e 39 municípios enfrentam transtornos em função da chuvas. Em Iraí, o nível do Rio Uruguai atinge 12 metros acima do normal, pouco abaixo dos 13 metros registrados em 1983 - a pior cheia já documentada na área.
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Em Porto Mauá, o rio chegou a 17,30 metros e, devido à elevação de 15 a 20 centímetros por hora, a previsão é que o nível ultrapasse os 21 metros no município no sábado. Caso isso ocorra, será superada na cidade também a enchente de 1983, quando o Uruguai alcançou 20,70 metros.
- Como a previsão de chuva continua para as próximas 24 horas, provavelmente teremos em cidades como Iraí e Porto Xavier o aumento do nível ainda superior a hoje, passando mais de 18 metros. Com certeza, as cidades que estão mais para baixo serão atingidas - alerta o geólogo e engenheiro João Manuel Trindade Silva, coordenador do monitoramento de rios da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).
A enchente provoca o bloqueio das principais ligações entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Travessias de balsa na fronteira com a Argentina foram suspensas.
- O grande problema agora é o atendimento às pessoas, aos desabrigados. Os outros danos serão avaliados posteriormente, como estragos em pontes e estradas. Os municípios de Uruguaiana, São Borja e Quaraí já estão em alerta no sentido de que se preparem para a cheia do Rio Uruguai - diz o coordenador da Defesa Civil do Estado, coronel Oscar Luis Moiano.
Até o momento, nenhum município encaminhou pedido ao órgão para decretar situação de emergência - o que deve ocorrer nas próximas horas. Conforme a regional da Defesa Civil de Passo Fundo, há pelo menos 25 famílias ilhadas nas áreas rurais dos municípios de Marcelino Ramos, Nonoai e São José do Ouro.