
A Copa do Mundo não aqueceu apenas o comércio tradicional na Região Metropolitana - ela movimentou, também, o mercado de drogas sintéticas no Rio Grande do Sul. É nisso que acredita o Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). Em uma semana, mais de 2,2 mil comprimidos de ecstasy foram recolhidos em duas apreensões recordes no Estado. Seu principal consumidor, segundo a Polícia Civil, é o jovem das classes média e alta que frequenta festas de música eletrônica.
O Denarc prendeu, na sexta-feira da semana passada, um homem de 38 anos com 916 comprimidos em Novo Hamburgo - até então, a maior apreensão da droga feita pela Polícia Civil em território gaúcho. Seis dias depois, porém, o recorde foi batido: com 1.315 comprimidos, um jovem de 24 anos foi pego em Canoas pela Delegacia de Homicídios da cidade.
Diretor da Divisão de Investigações do Narcotráfico (Dinarc), o delegado Cleber dos Santos Lima afirma que a venda do entorpecente é feita por traficantes do Estado que recebem o produto do Exterior. Os grandes produtores das drogas sintéticas estão na Europa, e Santa Catarina é considerada a porta de entrada para o ecstasy que chega ao Rio Grande do Sul. Assim como o usuário, quem vende tem perfil diferenciado, ressalta o delegado:
- Os traficantes não as consideram drogas, tanto é que chamam o LSD de doce e o ecstasy de bala.
Após apreendidos, os comprimidos seguem para análise do Instituto-geral de Perícias (IGP) para que seja feito um laudo toxicológico definitivo comprovando se tratar de substâncias proscritas no Brasil. Conforme Lima, a quantidade de drogas sintéticas apreendidas dobrou neste ano se comparada com o ano passado.
*Zero Hora