
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) decidiu arquivar, por falta de provas, um inquérito policial que apontava suposto crime eleitoral cometido pela deputada estadual Ana Affonso (PT) nas eleições de 2010. O trabalho da Polícia Civil de São Leopoldo fazia parte da Operação Cosa Nostra, deflagrada em 2012 e que investigou a suspeita de irregularidades em órgãos públicos do município.
Na decisão, o relator do processo, juiz Luis Felipe Paim Fernandes, destacou que "não existe prova documental a respaldar as alegações dos informantes" do suposto esquema.
Segundo a polícia, parte dos impressos da campanha da petista para deputada estadual em 2010 teria sido paga sem nota fiscal e com recursos públicos. Além disso, pagamentos a uma gráfica teriam sido feitos dentro da prefeitura, com dinheiro em espécie.
Ana Affonso explica que as denúncias surgiram em meio à campanha de 2012 e tinham como objetivo enfraquecer o PT na disputa municipal. O candidato da sigla a prefeito, Ronaldo Zulke, e foi derrotado na época por Anibal Moacir (PSDB).
- É muito fácil fazer denúncia. Isso me causou prejuízo político e pessoal, já que tive de pagar advogado do próprio bolso para me defender de uma acusação sem provas. A condução da investigação e das denúncias teve um claro papel político. Minhas contas de campanha tinham sido aprovadas pelo TRE - conta a deputada.
Relembre a investigação
- Em 2012, o suposto envolvimento da deputada estadual Ana Affonso (PT) em crime eleitoral nas eleições de 2010 foi apontado pela Polícia Civil.
- A deputada teria pago material de campanha com dinheiro da prefeitura de São Leopoldo.
- As denúncias vieram à tona durante a Operação Cosa Nostra, que investigou supostas irregularidades em órgãos públicos do município.
- O Ministério Público Eleitoral emitiu parecer afirmando não ter encontrado provas do suposto esquema e sugeriu o arquivamento do inquérito.
- Em 22 de maio deste ano, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) decidiu seguir o parecer do MP e determinou o arquivamento "por falta de provas".