Servidores municipais em greve e agentes da Guarda Municipal de São Leopoldo, no Vale do Sinos, entraram em confronto no início da tarde desta quinta-feira. Pelo menos, 20 grevistas foram agredidos com cassetetes e arma de choque. Uma professora grávida estaria entre as vítimas.
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A confusão começou quando os agentes da Guarda tentaram sair com os veículos estacionados junto ao pátio do Ginásio Celso Morbach. Os servidores, que estão acampados no local desde a noite de quarta-feira, impediraram saída dos carros, alguns estariam com pneus murchos.
De acordo com o presidente do SindiSaúde, Andrei Rex, que foi atingido por disparos de choque, conta que a guarda só parou com as agressões após os servidores ameaçarem divulgar as imagens feitas durante a confusão na imprensa.
- Eles não respeitaram ninguém, nem as mulheres que estavam lá. Só pararam quando viram que a gente estava gravando e tirando fotos - afirma Rex.
O secretário de Segurança, Carlos Alberto Azeredo, afirma que os veículos barrados transportavam medicamentos para o Hospital Centenário, e que na quarta-feira já havia sido impedido de sair do local.
- Os agentes da guarda portavam armas na letais e usaram como forma de defesa após agressões dos servidores - explica, afirmando que a Brigada Militar e a Polícia Civil foram comunicadas da ação.
Os municipários de São Leopoldo estão em greve geral desde a última negativa da prefeitura, no fim de maio, de atender o pedido de reajuste salarial de 18,32%, além de aumento de R$ 3 no vale-alimentação (de R$ 17 para R$ 20). As negociações iniciaram há quase dois meses e até o momento não houve acordo. Desde o dia 29 de maio a prefeitura cortou o ponto dos grevistas.
Grevistas podem ser multados
Uma ordem judicial prevê multa caso os grevistas impeçam novamente uma sessão na Câmara de Vereadores. De acordo com a decisão, os sindicatos serão multados em R$ 2 mil por ato impeditivo, como são 13 vereadores, o valor pode chegar a R$ 26 mil por sessão.
Os presidentes dos sindicatos dos Servidores Municipais, Saúde e dos Professores afirmam que irão respeitar a ordem judicial e que não vão impedir a sessão desta quinta-feira, marcada para as 18h.
Neste mesmo horário, os municipários em greve participam de uma plenária na Escola Irmão Weibert para discutir sobre as novas manifestações. O local, segundo Andrei Rex, presidente do SindiSaúde, foi escolhido por ser distante da Câmara de Vereadores.
- Nós vamos respeitar a ordem judicial, por isso um local diferente da Câmara para não incitar qualquer ato - explica.