A Executiva do PT de São Paulo decidiu expulsar do partido o deputado estadual Luiz Moura, acusado de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Em reunião ocorrida na manhã desta quinta-feira, 16 membros do partido entenderam que o deputado não havia se explicado de forma satisfatória sobre os indícios.
O presidente estadual do partido, Emídio de Souza, avaliou que a falta de provas contundentes de relações entre o deputado e membros da facção criminosa que agem dentro e fora dos presídios paulistas não foi impedimento para a decisão.
- Não somos o judiciário, não somos a polícia. Temos o direito e o dever de decidir e fiscalizar quem faz parte do nosso partido e quem o partido lança como candidato. A conduta de Luiz Moura foi muito prejudicial ao partido, arranhou a imagem - avaliou Emídio.
A decisão pelo afastamento já estava tomada, conforme publicação do jornal O Estado de S. Paulo desta quinta-feira.
- Foi dada toda, toda a chance de defesa. Ele não compareceu hoje, não mandou documentos, não mandou testemunhas - completou Emídio.
O presidente do PT paulista ainda explicou que o diretório deverá confirmar a decisão da executiva para que a expulsão seja concluída. A reunião dos 62 membros da organização petista local está marcada para a próxima sexta-feira.
O advogado de Moura, João de Oliveira, contestou a expulsão, dizendo que o deputado não havia sido notificado da reunião.
- Um dos preceitos principais do Partido dos Trabalhadores é de combater a desigualdade. O que ele (Emídio) está fazendo é uma ilegalidade. O (deputado Luiz) Moura não é indiciado por nada, é apenas suspeito - disse o advogado.
O advogado pretende recorrer da decisão na Justiça e dentro da própria estrutura do partido, mas não detalhou como executará essas ações.
- Dentro do próprio PT, tem pessoas que foram condenadas e não tiveram o tratamento que o deputado Luiz Moura teve - ponderou Oliveira, referindo-se aos condenados do mensalão.