
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou, neste domingo, a decapitação do britânico David Haines, pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), classificando-a como "um assassinato covarde e odioso".
- Esse crime é um chamado de atenção, trágico, para os perigos crescentes que os trabalhadores humanitários enfrentam a cada dia na Síria - diz comunicado do conselho, assinado por seus 15 membros.
A nota destaca, uma vez mais, que "o Estado Islâmico deve ser vencido e que a intolerância, a violência e o ódio que professa devem ser erradicados".
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Os 15 países-membros do Conselho de Segurança da ONU consideram que "esses atos bárbaros não farão mais do que reforçar a determinação" de mobilizar os seus governos para lutar contra o Estado Islâmico, o Front Al Nosra e outros grupos extremistas jihadistas.
O conselho exige "a libertação imediata, sem a exigência de condições, de todos os que continuam reféns" do EI, do Front Al Nosra e de todos os grupos ligados à organização terrorista Al Qaeda.
O comunicado pede a todos os países a cooperação ativa com o Reino Unido para levar à Justiça os responsáveis pela morte de David Haines, cujo vídeo da decapitação foi divulgado no último sábado.
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O britânico, de 44 anos, foi raptado em março do ano passado, na Síria, onde trabalhava em um campo de refugiados.
O Conselho de Segurança reúne, entre outros países, os Estados Unidos, que lideram a coligação internacional militar para derrotar o EI, que controla vastos territórios na Síria e no Iraque.
China, França, Rússia, Reino Unido (membros permanentes ao lado dos Estados Unidos), Chade, Argentina, Austrália, Chile, Jordânia, Lituânia, Luxemburgo, Nigéria, Ruanda e a Coreia do Sul (membros não permanentes) fazem parte atualmente do Conselho de Segurança.
A França, o Reino Unido e a Austrália aderiram à coligação internacional contra o EI.
Irã rejeita pedido de cooperação dos EUA
O guia supremo iraniano Ali Khamenei anunciou que o Irã rejeitou um pedido de cooperação dos Estados Unidos contra Estado Islâmico.
- Desde os primeiros dias, o governo dos Estados Unidos, por meio de seu embaixador no Iraque, pediu uma cooperação contra o Daesh (como o Estado Islâmico é chamado em árabe). Recusei porque (os americanos) têm as mãos sujas - afirmou Khamenei em uma nota divulgada em seu site oficial.
Segundo Khamenei, o secretário de Estado americano também pediu pessoalmente a Mohamad Javad Zarif, ministro das Relações iraniano, que também negou o auxílio.
Para o guia supremo, o governo dos Estados Unidos busca "um pretexto para fazer no Iraque e na Síria o que faz no Paquistão, bombardear os lugares que deseja sem autorização" do governo paquistanês.
O Irã é o principal aliado do regime sírio de Bashar al-Assad. Nesta segunda-feira, o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Hosein Amir Abdolahian, criticou a conferência internacional de Paris e insistiu que o EI não pode ser derrotado sem o apoio da Síria.
- A melhora forma de lutar contra o Daesh e o terrorismo na região é ajudar e reforçar os governos iraquiano e sírio, que lutam de forma séria contra o terrorismo. A República Islâmica do Irã não vai esperar a formação de nenhuma coalizão internacional para lutar contra o terrorismo e cumprirá com seu dever - disse o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Hosein Amir Abdolahian.
* Zero Hora, com agências