
A família de uma transexual gaúcha presa há mais de uma semana no Egito pede ajuda ao Ministério de Relações Exteriores para trazer a jovem de volta para o Brasil. Jhenifer Dalbosco, 28 anos, foi acusada de prostituição e está encarcerada em uma cela da delegacia de El Dokki, em Cairo.
A advogada da família, Luciane Medeiros, conta que Jhenifer trabalha como modelo em Portugal, foi ao Egito a passeio e não entrou mais em contato com familiares, que moram em Porto Alegre. Dias depois, amigos que residem na Europa ligaram para a mãe de Jhenifer e comunicaram que ela havia sumido. De acordo com Luciane, um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Federal, e a Interpol foi acionada. A informação de que a modelo estava presa no Egito veio por meio do Consulado Italiano (a jovem tem dupla cidadania).
- Minha cliente foi como turista para o Egito. A princípio, a prostituição é somente uma acusação. Se há provas concretas, não sabemos, pois não tivemos acesso ao processo. Mas a Jhenifer trabalha como modelo e tem registro de cabeleireira - afirma a defesa.
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A assessoria do Itamaraty informou que o ministério foi notificado na última segunda-feira e está oferecendo assitência consular à jovem no Cairo. Ela estaria presa em uma cela feminina e teria dito aos funcionários diplomáticos brasileiros que não sofreu maus-tratos.
- Ela também disse aos funcionários diplomáticos brasileiros que nunca esteve envolvida com esse tipo de atividade no Egito - informou o Itamaraty.
A mãe de Jhenifer, a vendedora Marlene da Silva Barbosa, 52 anos, contou a Zero Hora que a filha não fez cirurgia de mudança de sexo e assumiu a identidade feminina há pouco mais de sete anos - antes, Jhenifer Dalbosco era Sandro da Silva Barbosa. Marlene disse que a jovem mora há cerca de sete anos em Portugal.
- Ela viaja por lá, fica conhecendo os países, faz essas coisas de turismo - disse a vendedora.
A mãe afirmou que não teve contato com a filha desde que ela foi presa. Uma outra brasileira, amiga da jovem, também estaria encarcerada na mesma delegacia. A próxima audiência do caso está marcada para a terça-feira, 23 de setembro - a primeira foi realizada em 16 de setembro. A prostituição é um crime previsto no código de leis do Egito e a pena é de um a três anos de prisão.
*Zero Hora