
No primeiro pregão após o fim da corrida presidencial e a vitória da presidente Dilma Rousseff (PT), a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) fechou com forte queda e o dólar voltou a superar a barreira dos R$ 2,50, nesta segunda-feira. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou o dia com baixa de 2,77%, aos 50.503 pontos - puxado principalmente pelo desempenho dos papéis da Petrobras, que afundaram mais de 12%. Esta foi a sétima queda nos últimos nove pregões da bolsa, que ficou no menor patamar desde abril
No câmbio, a moeda americana avançou 2,68% frente ao real e fechou a R$ 2,5229, o maior patamar desde dezembro de 2008. A alta desta segunda é a maior desde novembro de 2011, quando, no dia 23, o dólar subiu 2,90%. No mês, o dólar acumula alta de 3,06% e no ano, de 7,02%.
Na mínima do pregão, pouco após a abertura dos negócios, a bolsa chegou a despencar mais de 6%, abaixo dos 50 mil pontos. Além da Petrobras, as outras ações que compõem o chamado "kit eleições" (apelido dado pelos analistas aos papéis mais suscetíveis a mudanças no cenário eleitoral, como bancos e estatais) também sofreram forte desvalorização. Durante o resto da sessão, o Ibovespa amenizou a queda - em grande parte pelo desempenho das empresas do setor de educação, que registraram altas expressivas.
O comportamento no câmbio foi similar ao do mercado acionário. Após bater em R$ 2,56 na máxima desta segunda-feira, o dólar desacelerou a valorização frente ao real. A alta da moeda americana, por outro lado, ajudou a segurar as perdas no Ibovespa, uma vez que impulsionou ações de empresas exportadoras.
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Movimento natural
A principal expectativa de investidores e analistas agora é sobre o futuro da política econômico do governo Dilma. O mercado aguarda a decisão da presidente sobre quem substituirá Guido Mantega à frente do Ministério da Fazenda. Ainda durante a corrida eleitoral, ela informou que, caso reeleita, o ministro não seguiria no cargo em seu segundo mandato - pedido feito pelo próprio Mantega, segundo Dilma.
O ministro participou de coletiva nesta segunda-feira para comentar o resultado da eleição, que, de acordo com ele, representa a aprovação do modelo econômico implantado nos últimos quatro anos. Sobre a queda das ações e a disparada do dólar, Mantega afirmou ser natural esse movimento.
- Claro que eleição provoca alguma volatilidade nos mercados, mas essa volatilidade também se deve a fatores externos. Todas as bolsas estão caindo, vocês não vão dizer que é só por causa das eleições no Brasil. Não temos essa força toda - disse.
* Zero Hora com agências