
O que já é um problema, pode piorar: com o atendimento restrito desde 2 de outubro, a emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), a segunda maior da Capital, vai fechar as portas por 15 dias a partir de segunda-feira.
Até o dia 4 de novembro, serão 41 leitos adultos e nove pediátricos a menos no Sistema Único de Saúde (SUS). Em média, o volume diário de pessoas atendidas é de 130 por dia. Apenas casos de traumatologia e oftamologia não são tratados.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirma que "toda a rede hospitalar de Porto Alegre, tanto privada quanto pública está preparada para receber a demanda neste período de obras no Clínicas". A situação, contudo, é complicada. As emergências que atendem pelo SUS estão com a capacidade comprometida - o Hospital São Lucas da PUCRS tem 13 leitos adultos e 38 pacientes na tarde desta sexta-feira. Está superlotado, mas não há restrição de atendimento. O Complexo Santa Casa tem 44 pacientes para 26 leitos, operando com atendimento restrito - apenas casos graves, gestantes e trazidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O Conceição atende normalmente, apesar de ter 108 paciente para 64 leitos, conforme a assessoria do hospital.
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Sobre a decisão de restringir ou não os atendimentos, a secretaria informa que não tem gerência sobre como atua cada hospital e que cada um irá suprir a demanda conforme a própria capacidade.
O atendimento no Clínicas, durante os 15 dias de reforma, será somente para casos muito graves. Quem chegar será atendido em um box montado em frente à emergência e levado para o leito de internação depois que a situação da doença for estabilizada. Só será recebido um paciente por vez. Apenas pessoas encaminhadas pelo SAMU e classificadas como muito graves, com risco de morte, serão tratados.
O fechamento ocorre, segundo a assessoria do hospital, porque, com o andamento da construção dos prédios anexos que vão ampliar a área do hospital, será preciso abrir uma nova porta de acesso ao Ambulatório. A atual vai ser bloqueada pela obra do Anexo I, que passa por uma área da emergência.
Existe também a preocupação dada a política de algumas cidades mandarem seus pacientes para Porto Alegre, a chamada ambulancioterapia, possa prejudicar ainda mais o sistema. Neste caso, tanto a Secretaria Estadual da Saúde quanto o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul dizem que o número é pouco expressivo. Isso porque os pacientes do interior não costumam utilizar os serviços de emergência da Capital.
AS OPÇÕES AO CLÍNICAS
Complexo Santa Casa: Rua Professor Annes Dias, 285, Centro
Emergência: 26 leitos adultos e 13 pediátricos
Ocupação: 44 adultos e 10 crianças
Hospital São Lucas da Puc: Avenida Ipiranga, 6690
Emergência: 13 leitos adultos e 6 pediátricos
Ocupação: 38 adultos e 5 crianças
Hospital Nossa Senhora da Conceição: Avenida Francisco Trein, 596, Bairro Cristo Redentor
Emergência: 64 leitos adultos
Ocupação: 108 adultos
A SMS lembra que Porto Alegre conta com quatro Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) que trabalham 24 horas. São elas:
Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS)
Endereço: Rua Professor Manoel Lobato, 151 - Santa Tereza
Pronto Atendimento Bom Jesus
Endereço: Rua Bom Jesus, 410 (esquina Rua São Felipe) - Bom Jesus
Pronto Atendimento Lomba do Pinheiro
Endereço: Estrada João de Oliveira Remião, 5.120, parada 12, Lomba do Pinheiro
Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar
Endereço: Rua Jerônimo Velmonovitz, esquina com avenida Assis Brasil
Hospital Restinga e Extremo-Sul
Endereço: Estrada João Antônio da Silveira, 3330