
O menino que teve o pé mutilado em um atropelamento em Palmeira das Missões, no norte do Estado, ainda luta pela recuperação. Gabriel da Silva Kruger, sete anos, está internado em estado grave no CTI Pediátrico do Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo.
Com três costelas quebradas e o pulmão perfurado, o menino necessita de ventilação mecânica e está em coma induzido desde terça-feira. Quando chegou ao hospital, na madrugada de domingo, o pequeno estava em estado gravíssimo.
Gabriel foi atropelado na noite de domingo, quando brincava com amigos na calçada em frente a um salão de festas. A família comemorava o aniversário de um primo do menino no local.
O acidente, que envolveu o soldado Endrigo Petter, ocorreu na Rua Maris de Barros, no centro da cidade, às 21h30min de domingo. O policial militar está afastado do trabalho há mais de um ano - recebeu uma licença médica por problemas psicológicos e por ser submetido a um conselho disciplinar. Além de Gabriel, o carro do soldado ainda atingiu uma gestante e uma menina, que sofreram ferimentos leves.
Gabriel teve o pé mutilado e desmaiou. Ele foi socorrido por um morador da cidade e levado ao Hospital de Caridade de Palmeira das Missões, de onde foi transferido para Passo Fundo. Pessoas que testemunharam o acidente agrediram o policial, que foi ferido com socos, pontapés e golpes de faca.
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O soldado também foi encaminhado ao hospital. Ele teve a prisão decretada pela Justiça na manhã de segunda-feira. Conforme a Polícia Civil, o pedido para mantê-lo detido foi encaminhado porque há a suspeita de que o soldado tenha dirigido embriagado, o que causou a revolta popular. A suspeita foi embasada no depoimento de três testemunhas. O policial foi submetido a um exame de sangue, que apontará se ingeriu bebida alcoólica antes de dirigir.
Petter está preso na sede do 3º Regimento de Polícia Montada (RPMon) da BM em Passo Fundo. Ele pode responder pelos crimes de lesão corporal ou tentativa de homicídio. O advogado de defesa do soldado, Sílvio Martins Pinto, afirmou que o policial não se manifestará sobre as circunstâncias do acidente antes de ser ouvido pela polícia. O soldado deve prestar depoimento na quinta-feira. Já o inquérito que investiga o acidente deve ser concluído na próxima semana.
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