
Preso há oito meses na carceragem da PF em Curitiba, o doleiro Alberto Youssef voltará a ficar diante dos responsáveis pela Operação Lava-Jato para prestar depoimento. As manifestações serão feitas dentro do processo de delação premiada, em que ele conta o que sabe sobre o suposto esquema de corrupção na Petrobras em troca de redução de pena.
A delação de Youssef começou há cerca de 45 dias e somente será finalizada após a nova rodada de depoimentos. Uma fonte ligada a Youssef assegurou na última quarta-feira que ele foi informado de que terá de fazer "duas ou três oitivas nos próximos dias, provavelmente no início da semana que vem, no bojo da sua colaboração à Justiça".
A data dos interrogatórios não está definida, mas os advogados do doleiro já tomaram conhecimento da decisão da PF em retomar os contatos para encerrar a delação. Além de ser questionado sobre mais detalhes do suposto esquema de desvio de recursos na estatal, Youssef será "convidado" a esclarecer alguns pontos dos depoimentos dos executivos das empreiteiras envolvidas, presos na sexta-feira.
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Canoas
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Os delegados acreditam que, baseado nas declarações dos empresários, o delator poderá aprofundar detalhes e confirmar versões. Executivos das empreiteiras Mendes Júnior e Galvão Engenharia confessaram o pagamento de propina para garantir o andamento de contratos com a Petrobras. Embora os delegados queiram confrontar o doleiro com declarações dos executivos, não haverá neste momento nenhuma acareação.
A PF também pretende esclarecer com Youssef a conduta dos empresários no esquema. Parte dos advogados de defesa tenta emplacar a tese de que os executivos eram extorquidos com ameaças de que, sem propina, não haveria obra e pagamento pelo serviço. Mas a investigação aponta a existência de um "clube", no qual os dirigentes definiriam previamente o vencedor das licitações, colocando os preços no teto.
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