Mais de cinco mil pessoas, segundo a Polícia Militar, concentraram-se neste sábado em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) onde fecharam a Avenida Paulista. Eles pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A manifestação foi acompanhada por mais de 500 policiais militares.
Os manifestantes vestiram camisas nas cores verde e amarelo e seguravam bandeiras do Brasil gritando "fora PT". A maior parte deles fez uma caminhada pela Avenida Paulista em direção a Praça da Sé.
Cinco trios elétricos foram parados em frente ao Masp e dividiram os manifestantes. Alguns manifestantes defenderam a ditadura militar e, em outro grupo, pessoas que se manifestaram contra a ditadura e defendiam a democracia. No entanto, esse grupo que reuniu a maioria dos manifestantes, pediu a anulação das eleições.
O representante da Liga Cristã Mundial, padre Carlos Maria de Aguiar, iniciou o ato, de cima de um dos trios elétricos, pedindo o impeachment de Dilma porque, segundo ele, os brasileiros foram "roubados e vilipendiados". O padre também declarou ser contra a ditadura dos gays.
- O movimento LGBT está querendo impor ao Brasil uma demonização do cristianismo, do catolicismo e dos religiosos em geral. Mas nós, queremos que cada pessoa seja respeitada - disse.
Em cima do trio e vestindo uma camisa da Seleção Brasileira de Futebol, o deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) defendeu a saída de Dilma da Presidência.
- O que nos move aqui é o desgoverno do PT, os diversos escândalos e o investimento do Brasil em Cuba. Essas condutas deixam o povo indignado - disse.
Bolsonaro acrescentou as denúncias de corrupção na Petrobras como outro fato que deixa a sociedade "indignada". O deputado eleito, que compareceu armado na primeira manifestação contra o governo de Dilma, disse que hoje não portava sua arma.
- Tenho amigos fazendo a minha segurança aqui e decidi não vir armado.
Perguntado sobre o motivo e de ter participado da primeira manifestação portando arma de fogo, ele respondeu que é policial.
- A conduta normal de um policial é andar armado mesmo fora de serviço -
Sobre a divisão dos manifestantes entre os que apoiavam o impeachment e os que defenderam o golpe militar, o deputado disse que há uma "coisa em comum" que é ser contra o governo de Dilma e do PT.
- Mas somos democráticos e há espaço para todos. Se alguém pede a intervenção não há problema, desde que seja contra o governo - completou.
Procurada pela Agência Brasil, a assessoria da Presidência da República informou que não comentaria as manifestações.
*Agência Brasil