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PDT avalia ingresso na base aliada de Sartori

Integrantes do partido se reúnem para definir se ocupam cargos na futura gestão. PMDB pretende contar com Vieira da Cunha na equipe do governo

Carlos Rollsing

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Decisivo para a pretensão do governador eleito José Ivo Sartori (PMDB) de construir maioria na Assembleia, o PDT reúne nesta segunda-feira, às 17h, as suas principais lideranças para definir se ingressa na base aliada e ocupa cargos na futura gestão estadual. Internamente, existe um clima de intenso debate, divisão e divergência. A relevância do encontro é medida pela presença não somente dos deputados estaduais, federais e do senador eleito Lasier Martins, mas também do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

Embora decida nesta segunda-feira sobre a participação no governo, os pedetistas ainda desconhecem o espaço que poderão ocupar no primeiro escalão do Palácio Piratini. A discussão sobre o tamanho da fatia da sigla terá início após a análise do convite. O certo é que o PMDB quer contar com o deputado federal Vieira da Cunha no governo. Candidato ao Piratini em outubro, ele ficará sem mandato a partir de 2015 e já encaminhou os trâmites para retornar ao Ministério Público, onde é procurador.

Cotado para a Segurança ou Educação, Vieira emitiu sinais de que não pretende assumir. Nas últimas semanas, peemedebistas fecharam o cerco para levá-lo ao governo. Além de Sartori, lideranças como Ibsen Pinheiro e Cézar Schirmer telefonaram para Vieira e argumentaram que ele "ainda tem muito a contribuir na política".

Na cúpula do PDT, a aposta é de que haverá maioria favorável por ingressar na base aliada. A maior parte dos deputados têm essa posição, que deverá ser chancelada por Lupi. Também devem ajudar a tese de apoio ao governo Sartori as parcerias entre PMDB e PDT nas prefeituras de Porto Alegre e Caxias, que poderão ser reeditadas em 2016, e a vontade de parcela da sigla em garantir vaga na Assembleia para os deputados Vinícius Ribeiro e Juliana Brizola, que não se reelegeram.

- A leitura que nós temos é de que o PDT não pode entrar no governo Sartori menor do que saiu do governo atual (Tarso). Ficamos maiores na eleição, aumentamos a bancada estadual e elegemos um senador. A minha posição é de que, dependendo das condições, o PDT poderá participar do governo - diz Pompeo de Mattos, presidente estadual do partido.

Mas a corrente que resiste ao acordo com Sartori está fortalecida. O ex-governador Alceu Collares, que chegou a se estranhar com o deputado federal Giovani Cherini na última reunião da executiva, é contra a participação no governo. Adotaram a mesma posição o senador eleito Lasier Martins e os parlamentares Afonso Motta e Ciro Simoni. Entre os argumentos, está a pretensão de lançar candidato próprio ao Piratini em 2018 - o prefeito José Fortunati é o nome mais citado. Seria incoerente, avaliam, entrar no governo Sartori e, no futuro, sair para concorrer.

- O PDT esteve no governo Rigotto, esteve rapidamente no governo Yeda, esteve no governo Tarso e, agora, vai entrar no governo Sartori? Eu proponho apoiar sem participar. Eu gosto do Sartori, votei nele, acredito que fará um bom governo, mas a minha posição é de independência, não podemos viver sempre a reboque - diz o senador eleito Lasier Martins.

 Por que o PDT é importante para Sartori

Contando com as siglas que o apoiaram no primeiro e no segundo turno da eleição, Sartori terá o voto de 26 dos 55 deputados estaduais. Mas, para ter maioria, são necessários 28 parlamentares. O PDT, com oito deputados, se tornou fundamental para Sartori conseguir aprovar projetos no Legislativo. Se contar com os pedetistas, Sartori terá 34 aliados na Assembleia, mais do que os 32 alcançados por Tarso Genro no início do governo.

 

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