Cansei de escrever nesta coluna que os combustíveis mais caros do mundo para os consumidores são os brasileiros.
Pois agora o leitor Antonio Barcellos manda me dizer que recentemente viajou pelo Equador. E mandou para mim uma comparação entre os preços dos combustíveis de lá e os daqui.
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Não é Venezuela, vejam bem, que é uma das grandes potências petrolíferas do mundo. Trata-se do Equador, que tem a economia dolarizada.
O meu leitor manda me dizer que viajou pelas ruas de Quito em um táxi, rodando por 20 minutos e vários quilômetros, em horário sem engarrafamento, findos os quais o taxista cobrou-lhe US$ 1,80, ou seja R$ 5,40.
Ele foi conferir o transporte coletivo, dentro das cidades e intermunicipal. O preço da tarifa urbana em Quito é de US$ 0,25, ou seja, R$ 0,75. E me manda dizer também meu leitor que, quando o passageiro utiliza os itinerários de integração, pode fazer a primeira e a segunda viagem com a mesma tarifa.
O leitor foi saber da razão desses preços baratíssimos no Equador em relação ao Brasil.
O Equador é autossuficiente em petróleo, o mesmo que o Brasil. E gasolina no Equador é vendida a R$ 1,36 o litro, enquanto no Brasil custa R$ 2,90.
Uma garrafinha de meio litro de água custa mais no Brasil do que um litro de gasolina no Equador.
Que barbaridade!
E o leitor manda perguntar: aonde estará indo essa grande diferença do Brasil com o Equador? Ele indaga se esta fortuna colossal que o Brasil cobra a mais pelos combustíveis não está localizada justamente no preço da corrupção que foi comprovada na Petrobras pela Operação Lava-Jato.
Mas é claro que sim, é essa bandalheira ocorrida na Petrobras que leva a que paguemos os combustíveis mais caros do mundo.
E termina o leitor, conclusivo e aflito: "Já imaginaram o impulso que teria a economia brasileira (empresas e orçamentos domésticos) se de um dia para outro os nossos preços de gasolina e gás caíssem para o patamar cobrado no Equador!?"
Sem dúvida, só aqui o preço da corrupção é maior do que o do produto.
Opinião
Paulo Sant'Ana: O preço da corrupção
O colunista escreve às segundas, quartas, sextas, sábados e domingos em ZH
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