
Passadas mais de duas décadas desde a última vez que pisou em solo gaúcho, a farmacêutica cearense Maria da Penha, mulher que inspirou a primeira lei no país que prevê punição a agressores de mulheres vítimas de violência doméstica, chegou a Porto Alegre nesta quinta-feira para participar de uma série de eventos relacionados ao dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher.
Durante a manhã, Maria da Penha participou de uma coletiva de imprensa na prefeitura da Capital ao lado do prefeito José Fortunati e de outros representantes do governo. Em seu discurso, destacou a importância de inserir o tema da violência doméstica na educação básica e universitária, relatando experiências bem-sucedidas em diversas regiões do país.
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Entre as iniciativas destacadas pela ativista está o Projeto Lei Maria da Penha nas Escolas, implementado desde o ano passado no Piauí, que visa desenvolver mecanismos para coibir a violência contra a mulher.
– Os estudantes se tornam, assim, melhores gestores, juízes e profissionais. Ficam mais sensibilizados sobre o tema. No Piauí, quando as crianças de hoje forem os jovens de amanhã, por exemplo, acredito que o índice de violência será menor.
Nesta quinta-feira à noite, a fundadora do instituto que leva o seu nome irá palestrar na abertura do 1º Colóquio de História e Saúde no Centro Histórico-Cultural Santa Casa, às 20h.
Hoje com 71 anos, Maria da Penha é líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres, coordenadora de estudos da Associação de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (APAVV), no Ceará, e fundadora do Instituto Maria da Penha. A lei que levou o seu nome completa uma década em 2016.