
A presença de uma delegação francesa em Porto Alegre entre os dias 25 de julho e 3 de agosto acendeu alerta na Brigada Militar. Alvo de recentes ataques terroristas, como o desta quinta-feira em Nice, a França também está com suas equipes esportivas em risco potencial durante a Olimpíada, conforme noticiou o jornal Libération em julho.
Em maio deste ano, o chefe da Direção de Inteligência Militar (DRM) da França, general Christophe Gomart, revelou que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) poderia estar planejando um atentado contra a delegação olímpica francesa. Um membro brasileiro do grupo terrorista estaria por trás das investigações. A informação aparece na transcrição de um depoimento dele, durante audiência no dia 26 de maio na comissão parlamentar francesa de luta contra o terrorismo (que investiga os atentados de 2015), mas só foi revelada esta semana.
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A Federação Francesa de Natação escolheu o centro de treinamentos do Grêmio Náutico União para se preparar até o dia dos jogos. Cerca de 30 pessoas da delegação estarão na Capital e devem se hospedar no Hotel Sheraton, localizado a três quadras do União. A intenção é fazer o deslocamento diário da equipe a pé pelas ruas do bairro, o que pode representar perigo para os atletas.
O coronel Mário Ikeda, chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC), admite que haverá um reforço na segurança para a delegação francesa:
– Vamos dar uma atenção especial. A França é um país que está sendo alvo de terrorismo. O monitoramento, por parte da Brigada Militar, será mais de inteligência, mas também pode haver mais policiais nas ruas nesse trajeto. Porém, no momento, ainda não temos nenhuma informação de que poderá ocorrer algum fato terrorista no Rio Grande do Sul – afirma.
O Grêmio Náutico União já vem tratando sobre questões de segurança desde a confirmação da vinda da equipe francesa de natação, em fevereiro. Segundo o presidente do clube, Francisco Schmidt, providências estão sendo tomadas com os órgãos competentes.
Conforme um analista da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ouvido por Zero Hora, a França é definida em protocolo do Comitê Olímpico Internacional (COI) como "equipe-alvo" e por isso terá seguranças próprios, policiais federais e também seguranças privados do Grêmio Náutico União, tudo para tentar evitar um possível ataque terrorista.