
Apesar do anúncio da chamada operação padrão - ou operação tartaruga - nos ônibus de Porto Alegre, o transporte coletivo opera normalmente na manhã desta quinta-feira. Pelo menos a grande maioria dos rodoviários não colocou em prática a redução da velocidade nas principais vias da cidade.
Na Avenida Osvaldo Aranha, rodoviários estenderam faixas e bloquearam momentaneamente a circulação dos coletivos no corredor de ônibus, nas proximidades do HPS, até aproximadamente 10h. O movimento causou lentidão na avenida e também na Rua Ramiro Barcelos, e ônibus chegaram a formar filas. Conforme o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, não houve atrasos no começo desta manhã:
- Estamos com todas as equipes acompanhando a situação para, caso seja desrespeitada lei do Código de Trânsito Brasileiro (de trafegar com velocidade inferior à metade da permitida), aplicaremos os autos de infração.
Rodoviários estenderam faixas na Avenida Osvaldo Aranha
Foto: Ronaldo Bernardi / Agência RBS
A EPTC montou um esquema especial para evitar transtornos. Nos corredores de ônibus, rodoviários distribuíram panfletos aos colegas. Em nota divulgada na quarta-feira, os manifestantes informaram que a operação tartaruga ocorreria "nos picos da manhã e da tarde, nos horários das 7h às 9h e das 17 às 19h, nos principais eixos da Capital".

A ação consiste em trafegar no limite mínimo de velocidade da via. Nos corredores de ônibus, a velocidade máxima permitida é de 60 km/h, mas é menor em pontos com escolas e, próximo às paradas, os coletivos devem trafegar a 30km/h.
O estopim para o retorno das manifestações ocorreu após a demissão de um funcionário da Trevo no último dia 17. Adaílson de Lima Rodrigues foi demitido por justa causa depois de uma briga em frente à garagem da empresa. Nesta manhã, o rodoviário distribuía panfletos intitulados de "Rodoviários na luta" aos motoristas de ônibus na Avenida Osvaldo Aranha. Ele disse que se trata "de uma operação padrão, que consiste em cumprir as leis de trânsito".
- As empresas dão uma carga horária de sete horas e 10 minutos e querem que, nesse tempo, o trabalhador dê cinco, seis, sete e até oito voltas, dependendo da linha. Isso faz com que o trabalhador saia fora do controle e tenha que correr para recuperar o horário - afirmou Rodrigues.
Os trabalhadores do transporte coletivo se dizem insatisfeitos com as negociações do dissídio coletivo, pedem o fim do banco de horas e questionam demissões que consideram injustas. Além disso, também reclamam do número de multas aplicadas pela EPTC a motoristas e cobradores, considerado abusivo pela categoria.
Rodrigues acredita que, à tarde, a adesão de rodoviários à manifestação seja grande:
- Hoje de tarde, a tendência é de que seja um sucesso.