
Servidores municipais de Porto Alegre iniciaram na manhã desta segunda-feira uma greve por melhores condições salariais e de trabalho. Os funcionários, que aprovaram a paralisação em assembleia-geral na quinta-feira, afirmam que serviços nas áreas de saúde, educação e limpeza urbana estão com equipes reduzidas. A prefeitura diz que poucos setores foram afetados.
- Acredito que a categoria acabou compreendendo as dificuldades orçamentárias e financeiras pelas quais o município passa e o esforço que estamos fazendo para contemplar o reajuste com a inflação integral em 6,28%. Por isso, a adesão é pequena - afirmou o prefeito José Fortunati (PDT), em coletiva à imprensa no fim da manhã.
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Os servidores ligados ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) rejeitaram proposta da prefeitura na semana passada. Nesta segunda-feira, o Executivo formalizou a concessão do reajuste com base no IPCA pleno de 6,28%, sem parcelamento, a partir de 1° de junho. Os funcionários querem 20% e vale alimentação de R$ 23, entre outras reivindicações.
A diretora de comunicação do Simpa, Carmem Padilha, afirmou que a proposta da prefeitura é um avanço, mas ainda é insuficiente para atender às demandas da categoria. O comando de greve sindicato decidiu, na noite desta segunda-feira, antecipar a assembleia dos servidores. O encontro será na quarta-feira, às 9h, no Largo Zumbi dos Palmares.
Pela manhã desta segunda-feira, a reportagem circulou por alguns pontos da Capital em busca de informações. No Hospital de Pronto Socorro (HPS), os grevistas informaram que não era negado atendimento médico, pois a agenda de trabalho estava sendo cumprida, e a mobilização era feita em turno inverso e durante folgas. Os técnicos em enfermagem Isabel Sant'ana e Jorge Antonio Corrêa, ambos do HPS, acreditam que a maior adesão tenha sido na área de enfermagem.
- A nossa luta é contínua pela insalubridade. Outras mobilizações já foram feitas - salienta Isabel, que trabalha na emergência.
No Centro de Saúde Modelo, ZH não foi atualizada sobre a situação - no balcão de informações, foi dito que era necessária a autorização da Secretaria da Saúde. No entanto, não havia movimentação de grevistas nem cartazes no local. Funcionários do Centro de Saúde Santa Marta informaram, por telefone, que o atendimento está ocorrendo normalmente. Das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), apenas a do IAPI afirmou que o atendimento é parcial.
A administração municipal trabalha com um plano para amenizar os efeitos da greve. Já foi anunciado o corte do ponto e das funções gratificadas. Conforme Fortunati, a Justiça pode ser acionada em caso de obstrução de serviços essenciais.
Na escola José Loureiro da Silva, na Zona Sul, a adesão é parcial
Foto: Eduardo Rosa/Agência RBS

ZH conseguiu contato com oito das maiores escolas em número de alunos de Porto Alegre. Em todas elas, havia mais professores em greve do que trabalhando, mas em apenas uma não tinha aula. A preocupação com a greve nas escolas é menor do que nos postos de saúde, uma vez que a legislação prevê a realização de 200 dias letivos (800 horas) por ano, ou seja, os dias parados têm de ser recuperados.
*Zero Hora