
As cenas são cada vez mais comuns. Você compra um celular novo e o aparelho antigo, assim como o respectivo carregador, são esquecidos no fundo de uma gaveta qualquer. Tem ainda aquele monitor velho, cuja única finalidade é ocupar espaço no quarto ou na sala. Para ajudar a fazer uma boa faxina nas quinquilharias eletroeletrônicas, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), em parceria com o Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre e a empresa Otser, promove neste sábado um recolhimento itinerante de resíduos eletrônicos. A iniciativa ocorre das 9h às 15h, na Praça Princesa Isabel, no bairro Azenha.
Para André Carús, diretor-geral do DMLU, a população deve ser conscientizada e educada não apenas para fazer o descarte correto dos produtos, mas para cobrar dos estabelecimentos comerciais e das empresas fabricantes que disponibilizem pontos fixos de coleta. Por lei, esses setores são responsáveis pelo ciclo de vida útil e destino final de eletroeletrônicos. O problema é que essa determinação quase nunca é cumprida, deixando os consumidores sem alternativa, observa Carús.
Cada brasileiro gera, em média, sete quilos de lixo eletrônico por ano, de acordo com um mapa global do e-lixo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2013. A preocupação vai além do desperdício: o descarte incorreto desses produtos pode causar danos ambientais, contaminando o solo e a água, e problemas de saúde.
- Se esse lixo foi levado a um aterro sanitário isolado, não há contaminação. Os danos à saúde podem ocorrer a partir do contato com a substância dissolvida, o que ocorre, por exemplo, quando esses materiais são lavados pela chuva em um lixão ou aterro sem controle - afirma o professor Hugo Viep, do Laboratório de Corrosão, Proteção e Reciclagem de Materiais da UFRGS.
O chumbo, elemento mais comum em eletroeletrônicos, pode causar anemia. O cobre, intoxicações e doenças hepáticas. Já o mercúrio, danos cerebrais. O cádmio pode ser cancerígeno, e há estudos que relacionam o alumínio com desenvolvimento da doença de Alzheimer. No entanto, as formas sólidas dessas substâncias não representam perigo tóxico, conforme o docente.
Ainda em agosto, no dia 16, o caminhão da coleta itinerante de resíduos eletroeletrônicos estará na unidade Destino Certo, do DMLU, no bairro Cristal. Segundo André Carús, dependendo da adesão da população, o projeto poderá ser implantado mensalmente, de forma definitiva, circulando por diversas regiões da Capital.
Calendário da campanha
-Dias 2 de agosto e 6 de setembro - Praça Princesa Isabel, Azenha
-Dias 16 de agosto e 20 de setembro - Av. Diário de Notícias, 1.111, Cristal
Pontos permanentes de descarte
-DMLU - Capatazia Conceição: Rua Alberto Bins s/nº (embaixo do Viaduto da Conceição) - telefone: 3226-1950
-DMLU - Seção Norte: Travessa Carmen, 111 - telefone: 3268-8330
-Procempa: Av. Ipiranga, 1.200 - telefone: 3289-6163
-DMLU - Capatazia da Glória: Rua Carvalho de Freitas, 1.012 - telefone: 3332-0340
-Loja Leroy Merlin: Av. Sertório, 6.767 - telefone: 3016-6700
O que as unidades recolhem*
-CPUs
-Estabilizadores
-Fios e cabos
-Fontes de computador
-Impressoras
-Monitores
-Mouses
-No-breakes
-Notebooks
-Scanners
-Servidores
-Teclados
-Aparelhos de CD / DVD
-Unidades de disquetes
-Ferros
-Placas
-Alumínio
-Caixas de som
-Modem
-Roteadores
-Telefones
-Celulares e carregadores
-Baterias pequenas
-CDs
-Calculadoras
-Fotocopiadoras
-Aparelhos de fax
*Itens como pilhas e lâmpadas não devem ser levados, pois não são considerados produtos eletroeletrônicos. As lâmpadas fluorescentes queimadas devem ser entregues para as lojas que as comercializam, preferencialmente onde foram adquiridas. As empresas e redes autorizadas de assistência técnica que as distribuem são responsáveis legais pela destinação final segura que a elas deve ser dada. O mesmo ocorre com as pilhas.