
Eliane Brum apresenta neste domingo o resultado de uma de suas experiências mais desgastantes: a profunda crise e o bloqueio criativo que marcaram a escrita de seu livro mais recente, Meus Desacontecimentos - A História da Minha Vida com as Palavras.
A jornalista e escritora participa de debate com membros da Associação Psicanalítica de Porto Alegre (Appoa) no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo e, na sequência, de uma sessão de autógrafos.
Localize-se na Feira do Livro
Recém-chegada de um evento literário em Minas Gerais e preparando-se para uma temporada na Amazônia, onde realizará uma reportagem, Eliane relembrou, em entrevista concedida por telefone, desde São Paulo, as principais etapas da concepção de seu sexto título.
Meus Desacontecimentos nasceu do descumprimento de uma tarefa - sugeriu-se à jornalista que escrevesse sobre os autores que haviam marcado sua trajetória nas letras, mas o produto final foi bem diferente. Eliane enveredou por outros caminhos, revirando lembranças dolorosas, entre as quais a morte da irmã.
- Achei que o que eu queria contar era sobre as pessoas anônimas que tinham feito de mim quem sou, que tinham me feito descobrir a escrita. Comecei a falar desses afetos - lembra a repórter.
- Minha crise com a palavra atravessa toda a escrita desse livro e continua - completa.
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Observadora sensível dos dramas cotidianos, Eliane conta que a publicação de Meus Desacontecimentos provou ser algo ainda mais desafiador do que confrontar o passado. Inverteram-se os papéis: chegara a hora de a repórter se expor como nunca antes. A autora acredita que devia essa entrega ao público.
- Os livros são um pedaço da gente. Me senti muito nua, mas sempre achei que não podia pedir para o outro aquilo que não pudesse dar. É um livro sobre mim que desperta nas pessoas um desejo de resgatar os próprios fios. A vida da gente é um emaranhado de fios. Minha grande pergunta é: como cada um inventa uma vida? Nossa vida é a nossa primeira ficção - define.
Meus Desacon­tecimentos - Interrogações entre Literatura e Psicanálise
De Eliane Brum
Leya, 144 páginas, R$ 29,90.
Autógrafos neste domingo, às 17h, na Praça.
Às 15h, no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, a autora participa de conversa com o público.
A 60ª Feira do Livro da Capital ficará aberta todos os dias, de 31 de outubro até 16 de novembro, com visitação das 9h30min às 21h (Área Infantil e Juvenil) e das 12h30min às 21h (Área Internacional e demais espaços). A entrada é franca.
Zero Hora*