Remete à pré-história a busca do homem por informações a respeito dos que o cercam. No tempo das cavernas, o objetivo era reconhecer fraquezas, medos, dons e desejos de seus oponentes. Como não havia escrita, as informações eram passadas oralmente de uma pessoa a outra. Surgia, assim, a fofoca. Desde então, o hábito de comentar sobre a vida alheia faz parte da convivência humana.
Sendo o ambiente corporativo uma réplica da sociedade, mexericos entre colegas de trabalho são inevitáveis. Bisbilhotices, no entanto, podem comprometer o resultado das equipes. Pesquisa feita pela empresa de recursos humanos Randstad Corporation aponta que o disse-me-disse em horário de serviço toma 65 horas de expediente por ano.
- A fofoca, quando passa do limite, compromete a confiança dentro da organização. Comentários maldosos acabam minando as relações, interferindo na união do grupo e comprometendo a produtividade do time - diz Katia Macedo, coach de negócios para pequenas e médias empresas.
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É papel do líder, na opinião da consultora, manter a transparência dentro da companhia. O gestor deve estar sempre atento e intervir quando ocorre esse tipo de situação. Estabelecer metas claras também ajuda a minimizar conflitos e faz as pessoas se engajarem em prol de um objetivo maior, desestimulando a competição negativa e incentivando a disputa saudável.
Uma prática que traz prejuízos
Foto: Zero Hora

No livro A Empresa Livre de Fofoca, Sam Chapman afirma que "algumas pessoas acreditam que a fofoca simplesmente faz parte da natureza humana. Entretanto, não há nada natural na comunicação que fere e que tem o poder de arruinar tanto os relacionamentos quanto as reputações". Segundo o autor, algumas pessoas acreditam que falar livremente significa dizer o que lhes vêm à cabeça, sem levar em consideração se é ou não verdade. Para resolver esse problema, indica que seja feito um acordo verbal com os funcionários para evitar o ti-ti-ti e que se adote uma política social clara contra o falatório dentro da empresa.
Para o especialista em gestão empresarial Claudio Nasajon, sócio-fundador da Nasajon Sistemas, uma das maneiras de coibir mal-entendidos é criar formas de oficializar as informações:
- Criamos uma intranet na qual as pessoas podem compartilhar novidades pessoais, do tipo "comprei um apartamento" ou "estou grávida". Além disso, fazemos campanhas de comunicação internas, cartilhas de comportamento e adotamos sistemas nos quais as pessoas podem fazer queixas anônimas em situações desse tipo.