
Eles podem virar o nariz para os computadores, mas idosos que aprendem a mexer em dispositivos tecnológicos mantém a saúde da memória em dia e se sentem satisfeitos ao aprenderem algo novo. Uma pesquisa realizada na Universidade de Passo Fundo mostrou que os computadores convencionais e os notebooks, por terem formas mais complicadas de acessar os conteúdos, podem não ser o preferidos os idosos. Já os tablets, com seus poucos botões e navegabilidade intuitiva, favorece o aprendizado e o gosto do público mais velho.
- O treino da memória que é feito no papel pode ser transferido para o tablet com aplicativos adaptados. Os idosos que participaram da pesquisa viram o recurso novo com com animação. Se motivaram mais, estavam curiosos para se familiarizar com o tablet - explicou Muriane Zimmer, mestre em envelhecimento humano e autora do estudo.
Redes sociais melhoram o bem-estar e combatem isolamento da terceira
idade
Usar o computador estimula a memória e o raciocínio
Salvar arquivos em um computador pode melhorar a memória das pessoas
Participaram da pesquisa idosos com idades entre 60 e 78 anos. A ideia da pesquisa era criar um aplicativo para exercitar a memória dos idosos, assim como eles faziam no papel.
- O idoso de amanhã somos nós. Vamos utilizar esses recursos e é importante começar a pensar em adaptar os aplicativos para que equipamentos como os tablets possam participar mais da vida dos idosos, ajudá-los a manter a saúde. Hoje, poucos aplicativos são adaptados.
Outra pesquisa publicada no PLoS ONE mostrou que os idosos preferem ler em tablets do que em papel. Segundo o estudo, os tablets exigem menos esforço visual das pessoas mais velhas.
Um dos oftalmologistas que analisaram os idosos participantes do estudo, Virgílio Centurion, do Instituto de Moléstias Oculares, disse que, embora os idosos relatem preferir ler em livros de papel, os movimentos dos olhos dos foram comparados com a atividade cerebral e, durante a leitura, os idosos se saíram melhor quando as telas eram retroiluminadas.
Neste estudo, os pesquisadores analisaram o tempo necessário para fixação visual durante a leitura e a medida da atividade cerebral quando utilizados tanto o papel quanto o tablet. Os mais jovens mostraram movimentos e atividades semelhantes nos diferentes tipos de leituras. Os mais velhos, com idade entre 60 e 77 anos, levaram menos tempo para fixar os olhos no texto. No entanto, a sensação de cansaço e desconforto com a luminosidade da tela afetou mais os idosos.
Para evitar a fadiga dos olhos no contato com os tablets é possível posicionar o equipamento abaixo da linha dos olhos e ler em ambientes com iluminação mais próxima do natural, parar por cinco minutos a cada uma hora de leitura, exercitar os olhos mirando um local distante e piscar mais vezes.