
CORREÇÃO: Entre 4h16min e 10h25min esta matéria informou erroneamente que a banda Black Sabbath é de Manchester, quando na verdade ela foi formada em Birmingham. O texto já foi corrigido.
O tempo passa para todos, é verdade, mas a obra imaterial fica para a eternidade. E o Black Sabbath veio a Porto Alegre nesta segunda-feira para fechar a porta da carreira de uma das bandas mais influentes da história moderna. Ao menos essa é a promessa da turnê anunciada como derradeira dos caras de Birmingham.
O fato relevante é a longevidade: impressionante como canções antigas seguem cativando. Em Porto Alegre, neste início de semana que terminou com temperatura amena, o quarteto abriu o show da finalíssima turnê com nada menos do que a homônima Black Sabbath. Foi um baita prenúncio, sombrio.
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Quando eu era guri, no início dos anos 2000, comprei o primeiro disco do Sabbath, que trazia esse som, e na capa eu fitava aquela cena vampiresca, com um casarão ao fundo, folhas secas e uma bruxa aterrorizante.
Se foi despedida, foi em grande estilo. O Sabbath esteve em Porto Alegre praticamente com a formação original em 2016. E foi bom. O som estava ecoando legal na Zona Norte e deu para curtir muito. Observei como destaque maior o guitarrista Tony Iommi, uma lenda viva que criou um estilo de tocar ao adaptar à guitarra às suas mãos. Ele toca com uma classe incrível, tronco ereto, fitando o horizonte. O baterista foi excelente, desceu o braço mesmo, ainda que os vovôs tenham exagerado no tempo da sua exibição individual. Ok, faz parte.
E foi legal. Ozzy Osbourne, sozinho, é lenda imortal, mas neste show fiquei com impressão mais apagada dele, seja porque já andou por aqui em ocasiões recentes ou porque está meio acabado mesmo. Vale o mito.
O grande legado dessas megabandas é cultural. São ícones. E esta noite em Porto Alegre reforçou o imaginário. O rock é jeito de ser, portar, vestir. É um modo de vida. E o Sabbath é pilar disso. Obrigado, Ozzy e Tony.
Antes das lendas, subiram ao palco Krisiun e Rival Sons. Velho, a gauchada do Krisiun, ali de Ijuí, quase desmontou o stage, se valendo da energia e da autenticidade que levaram o power trio para o mundo inteiro. O Rival Sons, confesso, não conhecia. Mas foi uma belíssima surpresa. Excelente som, com peso e cadência, e uns caras bem carismáticos no palco. Queremos mais noites roqueiras em Porto Alegre. Vem!
*ZERO HORA