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Clássico

"A Bela e a Fera" de Cocteau: o filme mais belo do mundo

Clássico francês dos anos 1940 ecoa em todas as versões do conto de fadas francês

Roger Lerina

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G.R. Aldo / Divulgação
Josette Day e Jean Marais

Jean Cocteau (1889 - 1963) cunhou um célebre e curioso elogio para Ava Gardner: chamou a atriz americana de olhar gateado de "o animal mais belo do mundo". Pego emprestada essa hipérbole para definir a versão cinematográfica de A Bela e a Fera dirigida pelo francês em 1946: é o filme mais belo do mundo.

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E ainda: as outras versões do clássico conto de fadas

Diferentemente do longa de Christophe Gans que entra em cartaz nesta quinta-feira nos cinemas e do popular desenho animado da Disney, a adaptação de Cocteau do clássico conto de fadas francês fala mais ao público adulto, com uma visão ao mesmo tempo existencialista e ultrarromântica que privilegia a solidão incontornável das almas sensíveis - tanto a Bela quanto a Fera - ao triunfo do amor no desfecho.

O poeta, romancista, dramaturgo, pintor, designer, ator, encenador, roteirista e cineasta utilizou truques óticos, cenográficos e de montagem para imprimir um tom onírico ao filme. Bem ao gosto dos surrealistas, a Bela (Josette Day) emerge de dentro de um espelho como se surgida das águas, ao mesmo tempo em que as velas dos castiçais, sustentadas por misteriosas mãos humanas vivas, acendem-se e apagam-se magicamente, acompanhando a passagem dos visitantes no castelo da Fera (Jean Marais).

Cocteau inspirou-se nas gravuras de Gustave Doré (1832 - 1883) para conceber o visual gótico do filme, enquanto os requintados figurinos foram criados pela estilista Jeanne Lanvin e seu então assistente Pierre Cardin - referências que se tornaram indissociáveis de A Bela e a Fera e que ecoam em todas as versões da história.

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