
A Bela e a Fera
(La Belle et la Bête) - De Christophe Gans. Com Vicent Cassel e Léa Seydoux. O visual desta nova versão do clássico conto de fadas é deslumbrante. Vindo do mesmo país da maravilhosa leitura de Jean Cocteau (de 1946), este A Bela e a Fera, no entanto, lembra mais a adaptação da Disney (1991) por conta de suas frenéticas sequências de ação. Licenças dramáticas à parte: os irmãos da Bela ganham destaque na trama, que está repleta de elipses narrativas e menos apelo à emoção, na comparação com sua versão mais difundida. Fantasia, França/Alemanha, 2014, 112min. Telecine Pipoca, sábado, 17h55min
O Passado
(Le Passé) - De Asghar Farhadi. Com Ali Mosaffa, Tahar Rahim e Bérénice Bejo. Bom filme do diretor iraniano que fez sucesso com A Separação (2010) e, depois, foi à França rodar este longa que faz uma ponte com o Irã. Como no título anterior, um divórcio (entre um imigrante e uma francesa) serve de ponto de partida para uma história complexa, sobre convivência e questões sociais diversas. Não é tão bom quanto o longa anterior, mas vale ver - os atores são todos ótimos; têm suas performances potencializadas pela mão segura do diretor, que domina tempo e espaço como poucos no cinema atual. Drama, França, 2013, 130min. Telecine Cult, sábado, 19h30min
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Cópia Fiel
(Copie Conforme) - De Abbas Kiarostami. Com Juliette Binoche e William Shimell. A primeira impressão pode ser de estranhamento, mas Kiarostami é tão hábil, e La Binoche, tão magnetizante, que as pouco menos de duas horas deste filmaço passam rapidinho e a sensação que ele deixa é, no mínimo, a daquele bom instigamento que te dá subsídios para pensar profundamente sobre as questões abordadas - no caso, os papéis sociais de cada um, a construção de uma história a partir daquilo que se vê e, consequentemente, o que é real e o que não passa de simulacro. Uma forma de entrar na trama é entender que, antes da sequência-chave do café, ela se constrói a partir da visão de um dos dois personagens em cena, e, depois, de outro. Mas o longa funciona de outras maneiras a serem descobertas pelo espectador, inclusive como um filme-homenagem ao clássico Viagem à Itália (1954), de Rossellini, pai do neorrealismo italiano e fonte primária na qual beberam todos os grandes cineastas do Irã contemporâneo, Kiarostami inclusive. Drama, França/Itália, 2010, 106min. Arte 1, sábado, 20h
Whiplash: em Busca da Perfeição
(Whiplash) - De Damien Chazelle. Miles Teller é o protagonista desta trama sobre um talentoso baterista e seu mestre carrasco. Mas é J.K. Simmons, oscarizado intérprete do professor, quem rouba a cena. Seu olhar muitas vezes ambíguo é fundamental para tornar críveis as frequentes variações de humor do personagem. Se você não se incomodar com uma certa implausibilidade da história, vai curtir demais. Drama, EUA, 2014, 107min. HBO, sábado, 22h
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Era uma Vez em Nova York
(The Immigrant) - De James Grey. Com Marion Cotillard e Joaquin Phoenix. Belo filme do sempre ótimo Grey sobre a via-crúcis de uma imigrante polonesa que chega aos EUA nos anos 1920 e, em vez do sonho americano, vivencia um homérico pesadelo. A dobradinha de atores é espetacular, e Era uma Vez em Nova York é um dos melodramas mais intensos e interessantes dos últimos anos. Drama, EUA, 2013, 113min. Telecine Premium, madrugada de sábado para domingo, 2h
Distrito 9
(District 9) - De Neill Blomkamp. Com Sharlto Copley e Jason Cope. Ficção científica barata e criativa, foi produzida na África do Sul e apadrinhada pelo "senhor dos Anéis" Peter Jackson, que cuidou de sua finalização e de seu lançamento nos EUA. O reconhecimento com quatro indicações ao Oscar, entre elas a de melhor filme, fez jus às suas qualidades, típicas das melhores produções do gênero - inventividade formal, imaginação fértil e uma série de situações alegóricas que têm muito a dizer sobre a condição humana. Neste caso, a história das relações estabelecidas entre homens e extraterrestres mantidos numa área restrita em Johanesburgo versa sobre exploração política, aceitação das diferenças, a forma com que são forjados os inimigos e, sobretudo, a busca do nosso lugar no mundo. Ficção científica, EUA, 2009, 113min. Fox, domingo, 13h55min
Na Natureza Selvagem
(Into the Wild) - De Sean Penn. Com Emile Hirsch. Vencedor de dois Oscar como ator, Penn já provou ser um bom diretor. Este foi seu quarto e melhor longa na direção (os outros foram Unidos pelo Sangue, Acerto Final e A Promessa). Narra a história real de um aluno e atleta brilhante que larga tudo e viaja rumo ao Alaska. Com energia, lindas imagens e generosidade para com esse grande personagem - às vezes, no entanto, "comprando" o seu discurso, o que constitui um problema. Aventura, EUA, 2007, 148min. Telecine Touch, domingo, 22h
Diários de Motocicleta
(Motorcycle Diaries) - De Walter Salles. Com Gael García Bernal e Rodrigo de la Serna. Salles gosta do gênero: já havia flertado com o road movie em filmes anteriores e, em 2012, voltou com outra adaptação de uma história bem conhecida do público - Na Estrada, longa baseado em Kerouac. Em Diários de Motocicleta, o diretor brasileiro adapta o livro de memórias de Che Guevara e Alberto Granado. Com sucesso: o filme é bom, você vai ver. Drama, EUA, 2004, 131min. Telecine Cult, domingo, 22h
Cassino
(Casino) - De Martin Scorsese. Com Robert De Niro e Joe Pesci. Um dos grandes filmes de Scorsese sobre as organizações criminosas (como Os Bons Companheiros, Caminhos Perigosos e Os Infiltrados), desta vez situado em Las Vegas e ambientado nas casas de jogos. Sharon Stone foi indicada ao Oscar, mas o destaque do longa é a forma complexa como o diretor e o roteirista Nicholas Pileggi, autor do livro homônimo, abarcam as relações públicas e privadas dos donos dessas casas ao longo dos anos. Drama, EUA/França, 1995, 178min. Telecine Cult, madrugada de domingo para segunda, 0h15min