Gustavo Brigatti
Na noite de 6 de setembro, o bar Opinião estava quase no seu limite de ocupação. Do palco, os irmãos Gelpi enxergavam quase 1,5 mil pessoas cantando em uníssono as músicas do seu disco de estreia, Blood ties – que estava sendo lançado na ocasião. Nem parecia que, há pouco mais de três anos, eles tocavam covers enxergando apenas a webcam do próprio quarto.
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A história da banda Gelpi, fundada pelos irmãos Bolívar, 25 anos, Pedro, 23, e Laura Gelpi, 19, é também a história de como a música funciona no século 21. Primeiro, a ausência de amarras musicais: começou com os irmãos mais velhos tocando surf music e hardcore no colégio, virou um projeto acústico de covers e consolidou-se na celebração do folk com pitadas de blues, rock'n'roll e country.
Depois, claro, o berço digital. Em meados de 2013, Bolívar e Pedro fundaram a Acústico Gelpi, um projeto para, nas palavras do primeiro, "fazer vídeos tocando músicas de outras pessoas para botar no YouTube". Não demorou para serem chamados para tocar em lugares de verdade para gente de verdade.