Não foi título, é claro, mas a vitória por 2 a 1 sobre o Figueirense na base do inacreditável futebol clube deu ao Inter os mesmos efeitos recebidos pelo campeão Cruzeiro na disputa da Libertadores.
Ambos, ao lado do São Paulo, entram na Libertadores na fase de grupos. Não é taça, mas é um objetivo alcançado que o Grêmio, por exemplo, não conseguiu nem com Felipão.
De nada adiantou o Corinthians ganhar em casa do Criciúma. Ficou em quarto lugar e terá de encarar um perigoso mata-mata contra um time colombiano. Corre risco de parar por aí.
A virada sobre o Figueirense garantiu ao Inter R$ 4,2 milhões da CBF. É o prêmio dado ao terceiro lugar. E também duas semanas a mais de treino, pois a fase de grupos começa no dia 18 de fevereiro.
O torcedor do Inter vai para um Natal e Ano Novo com uma sensação boa. Foi ele o craque do time na reta final, nesta série de quatro vitórias seguidas.
Mesmo sem futebol convincente, a equipe de Abel Braga restou empurrada pelo grito dos colorados no estádio.
As três vitórias no Beira-Rio (Goiás, Atlético-MG e Palmeiras) vieram dessa maneira.
O torcedor não vaiou e apoiou até o último segundo, contagiando os jogadores a não desistirem.
Foi assim também no Orlando Scarpelli, com quase 3 mil colorados.
O Inter foi no 3-5-2 e jogou mal. Não conseguiu propor o jogo, com Paulão de líbero. Se defendeu mal e não atacou.
DAlessandro fez uma falta enorme, já que Alex teve atuação apagada. Tirando uma chance com Alan Ruschel aos 4 minutos do primeiro tempo, o Inter não ameaçou. Praticamente não jogava: sem passagens dos alas, sem infiltrações, sem arremates de média distância.
O cenário não mudou no segundo tempo. Nem quando o Figueirense abriu o placar. Alisson, antes e depois do gol catarinense, fez defesas de puro talento. É o grande nome colorado deste fim de 2014. O melhor em campo.
Abel mudou a equipe para tentar virar. Gustavo Ferrareis no lugar de Alex. Taiberson no de Alan Costa, ambas ao mesmo tempo. Depois, Wellington Paulista ganhou chance no lugar de Valdívia. Jogo quase nada, pois foi expulso.
Os gols da virada vieram na pressão, mais no suor da gurizada do que na organização.
O primeiro foi golaço. Alan Ruschel cobrou escanteio e Rafael Moura deu um testaço no ângulo. No segundo, Paulão ergueu bola alta na área da intermediária, Wellington Silva tomou a dianteira sobre o zagueiro e concluiu. Tiago Volpi quase pegou, mas a bola escorreu para as redes.
Era o milagre, na raça.
E na fé da torcida no Beira-Rio e na Ressacada.