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Um time competitivo. Assim Argel definiu a característica da equipe que queria quando foi apresentado no Beira-Rio.
Convido o leitor à seguinte reflexão: o que quer dizer um time competitivo? A mim parece que competitivo é, simplesmente, o time que tem chances de ganhar, e aí temos um problema. Ganha-se no futebol das mais diversas formas. Ganha-se marcando lá em cima e valorizando a posse de bola, ganha-se recuando e saindo no contra-ataque. Ganha-se até com a ajuda de um ou outro erro de arbitragem.
Minha objeção ao trabalho de Argel, de resultados inquestionáveis, é a falta de ideia sobre como ganhar. O resultado, o ser competitivo, é meio e fim para o técnico do Inter, quando deveria ser apenas fim. É preciso definir como um time quer ganhar, antes de esperar que ele ganhe. O Inter de Argel não tem cara, não é possível dizer se prefere marcar na frente ou atrás, se prefere cadenciar o jogo ou acelerá-lo. A cada partida as qualidades e os defeitos mudam.
Estabelecer uma identidade de time, com qualidades e defeitos, deve ser a prioridade de um início de trabalho. Argel motivou seus comandados, injetou-lhes adrenalina e confiança em um momento difícil da temporada, e os fez competir. Mas ainda não os fez jogar futebol.
* ZH Esportes