Os clubes de futebol do brasileiro são entidades políticas. Em sua maioria, todos têm um Conselho Deliberativo, Consultivo e/ou Fiscal. São formados por pessoas que há anos declaram sua paixão, que em muitos momentos dedicam tempo para atuar como diretores nas diversas áreas do clube. Mas é preciso avançar, ter processo de gestão profissional. A paixão seguirá sempre.
Que o futebol seja uma preferência nacional, isso ninguém discute. Afinal, que atividade de entretenimento consegue ser tão plural na sua aderência pública, permeando com tanta fluência as classes sociais e etárias, integrando raças, crenças, jovens e velhos, ricos e pobres, como se ludicamente o mundo girasse em torno de uma bola, um campo e um grito de gol?
Porém, se o futebol é emoção, fruto da paixão que dele emana, a gestão do futebol, há muito, passa longe dessa passionalidade que o fomenta. O outrora amadorismo romântico do futebol, a cada dia cede lugar ao avanço de metodologias que moldam as mais modernas práticas de administração empresarial.
Nesse contexto, posiciona-se a gestão profissional do futebol, um processo pelo qual são integradas competências (conhecimento, habilidades e atitudes), métodos, técnicas e melhores práticas no sentido de administrar e potencializar, à excelência, o desempenho de todo capital humano pertinente e gerador de valor ao ambiente desse esporte.
Constituída por uma equipe interdisciplinar - envolvendo atletas e profissionais da área médica, nutricional, física, técnica e administrativa -, a gestão do futebol requer um executivo capaz de harmonizar a relação entre estes integrantes. Ao executivo cabe conduzir e canalizar as políticas deferidas pelo corpo diretivo, estabelecendo sintonia funcional no sentido de preservar o cumprimento de diretrizes e metas previamente traçadas. Ou seja: o futebol segue movido pela emoção e, com toda certeza, independente do tempo, não encontrará outro combustível capaz de substituir a força do elemento "paixão".
A presença de diretores políticos continua sendo fundamental, pois as decisões a serem tomadas seguem de suas responsabilidades, porém, baseadas em informações e dados técnicos levantados pelos profissionais. Logo, a condução do futebol deverá observar os avanços do mundo competitivo, integrando à dinâmica desse ambiente o uso de ferramentas gerenciais, assegurando condições de potencializar as metas e os objetivos planejados.
*ZHESPORTES