
Depois da tragédia na Colômbia, que matou 19 jogadores da Chapecoense e deixou apenas três sobreviventes do grupo, o lateral Alan Ruschel, o goleiro Follmann e o zagueiro Neto, o clube catarinense agora tem só 11 atletas registrados no BID da CBF. Seriam eles a entrar em campo contra o Atlético-MG, na última rodada do Brasileirão. Mas nenhum dos times deve jogar.
Boa parte dos atletas remanescentes participaram da cerimônia na noite de quarta-feira, que lotou a Arena Condá para homenagear as 71 vítimas do acidente. E se emocionaram ao dar uma volta olímpica junto a crianças no gramado do estádio.
Leia mais
Em infográfico, veja como será o velório coletivo na Arena Condá
CBF providencia pagamento de seguro de vida a famílias de atletas
Como a dupla Gre-Nal organiza suas viagens
Os motivos que tiraram estes jogadores da viagem a Medellín, onde a equipe catarinense enfrentaria o Atlético Nacional pela final da Sul-Americana, são diversos. Por lesões, opção técnica ou por não terem sido inscritos na competição continental, eles não entraram no avião, que se acidentou a poucos quilômetros do aeroporto José María Córdova.
Agora, terão a missão de ajudar a reconstruir o clube, que deve ser declarado campeão da Sul-Americana pela Conmebol em 21 de dezembro e disputar a Libertadores e a Recopa na próxima temporada.
Abaixo, veja quem são os remanescentes do grupo da Chapecoense.
Nivaldo, 42 anos (goleiro)
Desde 2007 no clube, acompanhou todos os acessos da Chape, da Série D até a Série A. Estava inscrito na Sul-Americana, como terceiro goleiro, mas ficou de fora da viagem a Medellín por um imprevisto de última hora. Como a delegação não voltou a Chapecó após o jogo contra o Palmeiras e permaneceu em São Paulo, o técnico Caio Jr. optou por levar Danilo e Follmann para encarar o Atlético Nacional. Faltando um jogo para completar 300 pelo clube, Nivaldo decidiu se aposentar. Mas deve assumir algum cargo na diretoria do clube.
Marcelo Boeck, 32 anos (goleiro)
Goleiro campeão do mundo pelo Inter, Boeck não foi inscrito na lista da Sul-Americana, por isso ficou de fora da viagem a Medellín. Foi titular em alguns jogos na época em que Guto Ferreira era o treinador, mas perdeu espaço com a chegada de Caio Jr. Agora, depois da tragédia e com a aposentadoria de Nivaldo, é o único goleiro disponível no grupo. Tem contrato somente até o final do ano.
Rafael Lima, 30 anos (zagueiro)
O defensor, que já chegou a ser capitão da equipe, estava inscrito na lista da Copa Sul-Americana. No entanto, ficou de fora da lista de relacionados para a viagem a Medellín por opção técnica de Caio Jr. No clube desde 2012, participou de acessos à Série B e à Série A. No Rio Grande do Sul, já atuou pelo Inter de Santa Maria. Será um dos líderes da reconstrução da Chape.
Demerson, 30 anos (zagueiro)
Se encaixa na mesma situação de Rafael Lima. Embora não tenha a mesma liderança, estava inscrito na Sul-Americana e não foi relacionado por opção técnica de Caio Jr. para a viagem a Medellín. Chegou em maio ao clube e disputou só quatro partidas no ano.
Cláudio Winck, 22 anos (lateral-direito)
Revelado pelo Inter, chegou ao clube catarinense após rápida passagem pelo Hellas Verona, da Itália. Emprestado à Chape, teve poucas oportunidades neste ano, tanto com Guto Ferreira quanto com Caio Júnior: jogou só 9 jogos. Além disso, não foi inscrito na Sul-Americana. Ainda está vinculado ao Inter e tem contrato de empréstimo na Arena Condá até o final do ano.
Moisés, 25 anos (volante)
Contratado do Avispa Fukuoka, do Japão, no início do ano, o volante teve poucas oportunidades na equipe catarinense. Tanto que nem estava inscrito na lista da Sul-Americana. Com apenas 13 jogos nesta temporada, não conseguiu obter sequência nem com Guto Ferreira e nem com Caio Jr. Agora, no entanto, é o único volante disponível no grupo.
Hyoran, 23 anos (meia)
A grande revelação da equipe catarinense neste ano já está vendida ao Palmeiras. Inscrito na Sul-Americana, o meia só não viajou a Medellín por conta de uma lesão no joelho direito. Camisa 10 da Chape, disputou 36 partidas neste ano e marcou quatro gols.
Martinuccio, 25 anos (meia)
O meia argentino que se destacou pelo Peñarol na Libertadores 2011 só não viajou porque havia sofrido uma lesão no joelho há dois meses e ainda estava em recuperação. Inscrito na Sul-Americana, também foi seguidamente utilizado no Brasileirão. No ano, disputou 10 jogos e marcou um gol contra o Inter, justamente na partida de estreia de Celso Roth no time gaúcho, vencida pelos catarinenses.
Neném, 34 anos (meia)
Ao lado de Nivaldo, é um dos mais experientes do grupo. Na Chape desde 2009, ajudou a construir a ascensão meteórica do clube, da Série D até a Série A. Pouco utilizado por Caio Jr, o veterano estava inscrito na Sul-Americana, mas não viajou por opção técnica do treinador. Nesta temporada, disputou nove jogos e não marcou gols.
Lucas Mineiro, 20 anos (meia)
Revelado pela base da Chape, o meia chegou a disputar três jogos pelo profissional neste ano, no Catarinense e no Brasileirão. No entanto, não foi inscrito na lista da Sul-Americana. A exemplo de outros garotos do sub-20, era chamado para compor o banco.
Lourency, 20 anos (atacante)
Prata da casa, o atacante ganhou espaço com Caio Jr. com boas atuações no Brasileirão, sobretudo na vitória sobre o Fluminense, fora de casa, no returno do Brasileirão, quando marcou um gol. Só não viajou para Medellín por não estar escrito na Sul-Americana. Ao todo, disputou 19 jogos e marcou três gols pela equipe neste ano.
ZHESPORTES