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Com 15 rodadas disputadas no Brasileirão das Séries A e B deste ano, os visitantes estão se saindo melhor do que nos últimos anos. Nas quatro edições anteriores, a média percentual das vitórias em casa oscilava na casa de 50%. Mas, neste ano, caiu para 47% na Série A e 43% na Série B.
Parte desta mudança pode ser creditada a Corinthians e Inter, os melhores visitantes nas Séries A e B. O time paulista tem aproveitamento de 80% fora de casa, tendo vencido cinco e empatado dois dos sete jogos, somando 17 pontos em sete partidas fora do Itaquerão. Em relação ao time gaúcho, o aproveitamento é menor, 58%, com quatro vitórias, dois empates e duas derrotas, obtendo 14 pontos em oito jogos longe do Beira-Rio.
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Curiosamente, o aproveitamento do Grêmio, o segundo melhor visitante da Série A, é maior do que o Inter: 67%. Foram cinco vitórias, um empate e duas derrotas, somando 16 pontos em oito partidas fora da Arena.
Para o comentarista Sérgio Xavier, do canal SporTV, o estilo de jogo dos visitantes neste ano está diferente. As retrancas, como a que o Grêmio não conseguiu superar em casa contra o Avaí, ou como a que o Inter não rompeu contra o Criciúma, estão mais eficientes.
– Alguns times estão com menos vergonha de recuar as linhas defensivas, esperar o erro do adversário e apostar no contra-ataque. É mais fácil hoje defender e partir para o desarme – entende Xavier.
O comentarista da Rádio Gaúcha Cleber Grabauska entende que o fator local já não faz tanta diferença no Brasileirão. Cita a força defensiva do Corinthians e a consistência do Grêmio na proposição do jogo como fatores que os colocam como os melhores visitantes da Série A. Em um campeonato repleto de times que já trocaram de técnico, a estratégia do "abafa" não surte mais efeito.
– Nossos times estão com dificuldades para atacar e, por falta de compactação, buracos na defesa. E como defender e jogar no contra-ataque é mais fácil do que atacar e propor o jogo, nessa nivelação por baixo, os visitantes estão se dando melhor. O Avaí, especificamente nos jogos contra Botafogo e Grêmio, é o melhor exemplo disso. No Brasil, a distância dos pequenos para os grandes é menor. A escolha de contra-ataques é muito mais falta de qualidade e de proposta de jogo – analisa Grabauska.
Segundo Maurício Saraiva, comentarista da Rádio Gaúcha e da RBS TV, a boa parte dos times no Brasileirão se contentam em jogar futebol reativo. E evitam abrir espaços para diminuir riscos defensivos.
– A qualidade geral dos times está muito parecida. Para ser protagonista, um time precisa alto nível de acerto de passe e encaixe defensivo impecável. Ao que se propõe apenas a reagir, tarefa facilitada, já que sempre é mais fácil destruir do que construir. Jogar por uma bola, quando os times se equivalem, é mais confortável. Prefiro times que propõem o jogo, mas respeito quem é competente de outra forma – opina Maurício.
O DESEMPENHO DE MANDANTES E VISITANTES NOS ÚLTIMOS ANOS:
– Série A
2017
Jogos: 150
Gols: 369 (2,46 por jogo)
Vitórias em casa: 71 (47%)
Vitórias fora: 42 (28%)
Empates: 37 (25%)
2016
Jogos: 380
Gols: 912 (2,4 por jogo)
Vitórias em casa: 202 (53%)
Vitórias fora: 83 (22%)
Empates: 95 (25%)
2015
Jogos: 380
Gols: 897 (2,36 por jogo)
Vitórias em casa: 200 (53%)
Vitórias fora: 89 (23%)
Empates: 91 (24%)
2014
Jogos: 380
Gols: 860 (2,26 por jogo)
Vitórias em casa: 197 (52%)
Vitórias fora: 91 (24%)
Empates: 92 (24%)
2013
Jogos: 380
Gols: 936 (2,46 por jogo)
Vitórias em casa: 184 (48%)
Vitórias fora: 88 (23%)
Empates: 108 (28%)
– Série B
2017
Jogos: 150
Gols: 326 (2,17 por jogo)
Vitórias em casa: 65 (43%)
Vitórias fora: 39 (26%)
Empates: 46 (31%)
2016
Jogos: 380
Gols: 894 (2,35 por jogo)
Vitórias em casa: 181 (48%)
Vitórias fora: 92 (24%)
Empates: 107 (28%)
2015
Jogos: 380
Gols: 925 (2,43 por jogo)
Vitórias em casa: 195 (51%)
Vitórias fora: 82 (22%)
Empates: 103 (27%)
2014
Jogos: 380
Gols: 924 (2,43 por jogo)
Vitórias em casa: 193 (51%)
Vitórias fora: 97 (26%)
Empates: 90 (24%)
2013
Jogos: 380
Gols: 998 (2,63 por jogo)
Vitórias em casa: 198 (52%)
Vitórias fora: 95 (25%)
Empates: 87 (23%)
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