A constatação de que o RS, apesar de bem colocado no novo indicador de desenvolvimento elaborado por ZH e a Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia (Face-PUCRS), avança em ritmo menor que os demais Estados levou líderes empresariais a apontar as prioridades para uma reação. A conclusão é de que a saída é investir mais em educação e infraestrutura.
O Índice de Desenvolvimento Estadual-RS (iRS) mostra que, de 2005 a 2012, o Estado se manteve no quarto lugar no país no indicador que considera as variáveis padrão de vida, educação e, reunidos, longevidade e segurança.
Em zhora.co/indiceRS, você pode acessar os dados completos do estudo
Para o presidente da Federação das Associações Comerciais e de Serviços (Federasul), Ricardo Russowski, é essencial melhorar a qualidade de estradas e portos para escoar a produção, o que se traduz em maior competitividade e renda. A melhor forma de alavancar projetos, avalia, é com parcerias público-privadas (PPPs). Assim, mais recursos públicos poderiam ir para outras áreas, como educação.
- Preocupa continuarmos estagnados. Se não evoluirmos, seremos o quinto, depois o sexto e assim por diante - diz Russowski.
O presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços (Fecomércio-RS), Zildo de Marchi, prega mudança de postura:
- Temos de encarar a realidade. A nossa defasagem é a prova da falta de ação.
Mauro Knijnik, secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, afirma que o Estado terá resultados melhores quando o iRS for atualizado em 2015 e incluir dados de 2013:
- Foi o PIB que mais cresceu no país, assim como a produção industrial - afirma Knijnik.
Em nota, o governo ressaltou a melhora do desempenho do RS em diversos setores. Entre os resultados destacados pelo Piratini, estão os R$ 44,8 bilhões de investimentos privados captados (que devem gerar 60 mil vagas de trabalho), a valorização do mínimo regional, o aumento de 76,6% no salário dos professores e o incremento de 489% no orçamento da segurança.
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Em relação ao padrão de vida das pessoas no Estado (5ª posição no ranking), o iRS confirma o que outras bases de dados têm apresentado, afirma a pesquisadora do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Lúcia Garcia.
A economista salienta que seria importante a inclusão da renda informal no cálculo. Para que o Estado avance, ela aposta em três fatores: valorização do piso, acréscimo de investimento em ciência e tecnologia e ganho de produtividade no campo.
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O pior desempenho do RS entre as três dimensões é na educação (8ª posição). Para o secretário estadual Jose Clovis de Azevedo, um dos problemas, o índice de reprovação, vem sendo reduzido. Jose Clovis destaca que a adequação de idade no Ensino Médio depende também de políticas que evitem que os jovens deixem a escola para trabalhar. Professora da PUCRS, Helena Côrtes vê falta de comprometimento nas redes de ensino:
- As pessoas falam mal, escrevem mal e ninguém cobra. Não faltam escolas, mas temos escolas onde falta infraestrutura, capacitação dos professores e responsabilização dos gestores.
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A boa colocação do RS no ranking de longevidade e segurança (2ª posição), na opinião de Jefferson Piva, conselheiro do Conselho Regional de Medicina (Cremers), se deve à baixa mortalidade infantil. Mas o médico frisa que o índice não é motivo para euforia porque as taxas de homicídios e de óbitos em acidentes são elevadas:
- Vivemos no país uma epidemia de morte no trânsito.