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As exportações do Rio Grande do Sul cresceram pelo quarto mês seguido na comparação com o mesmo período do ano anterior. Conforme os números divulgados pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), nesta quarta-feira, os produtos gaúchos remetidos ao Exterior somaram US$ 934,4 milhões no segundo mês de 2017 – US$ 75,8 milhões a mais que em fevereiro do ano passado, número que representa avanço de 8,8%.
O aumento das exportações em fevereiro é o maior para o mês desde 2011. Entre os principais produtos vendidos, estão:
– Carne de frango (10,1% do total exportado)
– Polímeros (8,9%)
– Fumo em folhas (7,6%)
– Automóveis de passageiros (4,2%)
– Calçados (4,2%)
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De acordo com a FEE, todos os segmentos tiveram elevação em embarques, com aumento de 28,8% dos produtos manufaturados, 26,2% dos produtos básicos e 7,7% dos produtos semimanufaturados. No entanto, os últimos dois segmentos tiveram recuos na receita em dólares (-0,3% e -23,2%, respectivamente). Na contramão, as exportações de manufaturados, responsáveis por mais da metade dos produtos gaúchos enviados ao Exterior, representaram um acréscimo de 27,6% em dólares.
Contando apenas os manufaturados, os produtos que mais contribuíram para a elevação das exportações gaúchas foram:
– automóveis de passageiros (aumento e 137,9% em dólares)
– Hidrocarbonetos (160,8%)
– Máquinas agrícolas (123,8%)
Já entre os produtos básicos com maior destaque positivo, estão as vendas de:
– Carne de frango (34,6%)
– Trigo em grãos (111,8%)
– Carne suína (44,1%)
Em sentido contrário, também no segmento dos básicos, o maior recuo foi observado nas vendas de fumo em folhas (- 40%). Nos semimanufaturados, as exportações tiveram quedas mais expressivas no comércio de celulose (- 45,5%) e couros e peles (- 34,9%).
Os principais compradores internacionais dos produtos gaúchos são:
– Argentina (13%)
– Estados Unidos (9%)
– China (8,7%)
– Chile (3,8%)
– Rússia (3,5%).
No país, o Rio Grande do Sul detém 6% das exportações nacionais, ocupando a sétima posição no ranking entre os Estados.
Operação Carne Fraca preocupa setor no RS
Apreensivas diante da repercussão das denúncias de irregularidades em 21 frigoríficos no país após a deflagração da Operação Carne Fraca, na última sexta-feira, entidades que representam o setor de carnes no Rio Grande do Sul ainda contabilizam o tamanho do estrago para as exportações gaúchas. O clima é de inquietação frente à possibilidade de mais embargo de alguns dos principais importadores de proteína animal do Brasil.
De acordo a pesquisa divulgada pela FEE, a exportação de carne de frango teve elevação de US$ 24,3 milhões em fevereiro de 2017, indicando aumento de 8,6% em volume e 34,6% em valor. Também com variação positiva, o comércio de carne suína ao Exterior teve crescimento de US$ 9,8 milhões, com acréscimo de 6,5% em volume e 44,1% em dólares. Os dois setores estão entre os principais responsáveis pela exportação de produtos básicos do Estado.
Embora nenhum dos casos investigados pela Polícia Federal tenha ocorrido no Estado, os representantes do setor acreditam que será preciso reconstruir a imagem perante parceiros externos para recuperar a confiança.
– Ainda vamos perder muito com tudo isso. Tínhamos um negócio que era um dos poucos que estava indo bem com a crise. Agora está ameaçado. O estrago está para ser medido – diz Nestor Freiberger, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).