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O resultado do referendo no Reino Unido, que votou pela saída da União Europeia (UE), abalou os mercados da Europa nesta sexta-feira, especialmente as ações dos bancos. O cenário provocou a fuga dos investidores para os chamados valores refúgio.
Às 4h10min (horário de Brasília), o índice Footsie 100, de Londres, caía 7,5%, o Dax 30, de Frankfurt, 9,94%, e o CAC 40, de Paris, 7%. O Ibex 35, de Madri, recuava 11,07%, e o FTSE-Mib, de Milão, 11,66%.
Já em Atenas, na Grécia, cuja economia conta com a ajuda de um resgate internacional, a bolsa chegou a perder 15%.
- Dá medo. Nunca vi algo assim - afirmou James Butterfill, diretor de análises e investimentos da ETF Securities, em Londres.
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Os bancos eram os mais afetados pela queda generalizada. Em Londres, o Royal Bank of Scotland (RBS) perdia 26,05%, o Barclays, 25,46%, e o Lloyds Banking Group, 24,05%. Já em Madri, o Banco Santander, o maior da Eurozona em capitalização e que tem o Reino Unido como o seu principal mercado, registrava baixa de 22,59% em suas ações, enquanto o BBVA apresentava recuo de 20,63%.
A libra esterlina registrou o menor nível em relação ao dólar em 31 anos. Nas primeiras negociações europeias, a cotação era de US$ 1,3229, uma desvalorização de 10% na comparação com o valor de fechamento da quinta-feira, quando a moeda britânica chegou a superar US$ 1,50, com a aposta do mercado na permanência do Reino Unido na UE.
- A vitória do Brexit é um dos maiores choques de todos os tempos - afirmou Joe Rundle, diretor de operações na Bolsa da ETX Capital.
- É difícil medir o alcance dos danos aos ativos, mas, no mínimo, podem ser os piores desde o Lehman Brothers - completou, em referência ao colapso do banco de Wall Street, que precipitou a crise financeira global em 2008.
Reação na Ásia
A Ásia também repercutiu o resultado do referendo britânico. A Bolsa de Tóquio encerrou a sessão em queda de 7,92%, e o índice Nikkei perdeu 1.286,33 pontos, a 14.952,02 unidades. Essa foi a maior baixa do pregão em apenas um dia desde o desastre de 2011, provocado pelo terremoto e tsunami no país.
Além disso, o dólar chegou a ser negociado abaixo dos 100 ienes (99,02 ienes) pela primeira vez desde novembro de 2013, antes de recuperar terreno e atingir 102 ienes.
A moeda japonesa é considerada um valor refúgio em momentos de incerteza, mas sua valorização prejudica o setor exportador, vital para a economia nipônica. O ouro, valor refúgio por excelência, alcançou o maior valor desde 2014 e chegou a ser negociado a US$ 1.359,08 a onça.
As perdas também afetavam o setor de petróleo: o barril de West Texas Intermediate para entrega em agosto cedia US$ 3,11 dólares, com cotação a US$ 47,00. O barril de Brent do Mar do Norte caía US$ 3,14 dólares, a US$ 47,77.
"Todas as medidas necessárias"
O Banco da Inglaterra tomará "todas as medidas necessárias" para garantir a estabilidade monetária e financeira do Reino Unido, anunciou a instituição na manhã desta sexta-feira.
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