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Um ano depois dos piores atentados da história da Bélgica, o país prestará homenagem, na quarta-feira, aos 32 mortos e mais de 300 feridos do duplo ataque no metrô e no aeroporto de Bruxelas, em março de 2016.
Às 9h11min locais (5h de Brasília), metrôs, ônibus e bondes vão parar, marcando o momento em que Khalid El Bakraoui, extremista vinculado ao grupo Estado Islâmico (EI), acionou um cinturão de explosivos em um vagão na estação de Maalbeek, matando 16 pessoas.
Em vez de um minuto de silêncio, os condutores e controladores farão um "minuto de barulho para demonstrar que não se esquecem, mas que permanecem de pé contra o ódio e o terror", segundo a companhia de transporte público de Bruxelas STIB. Os viajantes estão convidados a participar com aplausos.
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No aeroporto de Bruxelas-Zaventem, as cerimônias começarão pouco antes das 8h. As homenagens terão a presença do rei Philippe e da rainha Mathilde, de vítimas e parentes, além de membros dos serviços de socorro e do governo.
Na zona de partidas do aeroporto internacional, diante dos guichês da Brussels Airlines e da American Airlines, Ibrahim El Bakraoui prosseguiu com a ação iniciada pelo irmão Khalid e, junto a Najim Laachraoui, detonou explosivos às 7h58min. Outras 16 pessoas morreram no ataque.
Após a homenagem no aeroporto, os monarcas viajarão de trem até a estação de Maalbeek, onde inaugurarão uma escultura monumental a dois passos da sede da Comissão Europeia.
Ameaça "verossímil"
Em maio de 2014, a Bélgica já havia sido atingida pelo ataque contra o museu judeu da capital belga, deixando quatro mortos. A ofensiva foi realizada por um extremista que havia retornado da Síria. Entretanto, o alcance do massacre de março, meses depois dos ataques de Paris em novembro de 2015, com 130 mortos, surpreendeu o país.
Um ano mais tarde, a ameaça terrorista continua sendo "possível e verossímil". Os militares continuam nas ruas e quase todas as semanas a polícia realiza operações, em um contexto de legislação antiterrorista reforçada.
Além disso, uma comissão de investigação parlamentar continua as audiências para responder a uma pergunta incômoda: como células jihadistas puderam se desenvolver nos bairros da bélgica?
A imprensa internacional não economizou críticas, apontando para a fragmentação de um sistema político dominado pelo conflito entre flamengos e francófonos, e para as carências nos serviços secretos e policiais.
"Nosso país é mais seguro" que há um ano, respondeu o ministro do Interior, Jan Jambon, lembrando que "outras democracias" foram atingidas pelo mesmo terror.
Paris-Bruxelas, a mesma rede
Os suicidas de Bruxelas pertenciam à mesma célula extremista que ensanguentou Paris quatro meses antes, sob o suposto comando do belga-marroquino Abdelhamid Abaaud.
A Justiça francesa se interessa, além disso, por dois suspeitos detidos na Bélgica em relação aos atentados de Bruxelas, já que poderiam ter desempenhado um papel no massacre na capital francesa – entre eles o conhecido como o "homem do chapéu", que deixou o aeroporto sem detonar seus explosivos.
Após os ataques de Paris, os membros da rede viveram durante meses na clandestinidade na Bélgica, com o objetivo de atacar novamente a França, mas os acontecimentos se precipitaram quando a polícia descobriu o esconderijo do único sobrevivente dos comandos de Paris, Salah Abdeslam, a quem deteve em Molenbeek em 18 de março de 2016.
Alguns dos futuros terroristas suicidas em Bruxelas redigiram, então, um testamento e decidiram, em coordenação com seus contatos sírios, atingir a capital europeia, segundo as gravações descobertas em um computador abandonado em uma lixeira.
*AFP