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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse, neste domingo, querer "eleições já", em um momento de alta tensão no país pelos protestos da oposição, que exige sua saída do poder.
– Eleições, sim, quero eleições já. É o que eu digo, como chefe de Estado, como chefe de governo – lançou o presidente em seu programa dominical, ao se referir às eleições regionais.
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Há duas semanas, Maduro já havia dito estar "ansioso" pela convocação das eleições de governadores, que deveriam ter sido realizadas em dezembro, e de prefeitos, previstas para este ano.
Nas manifestações que vem realizando desde 1º de abril, a oposição exige a convocação de eleições gerais para este ano ainda. O governo já descartou a antecipação da corrida presidencial, prevista para 2018.
– Com o fracasso que tiveram na Assembleia Nacional, estou certo de que o nosso povo vai entregar a conta em qualquer eleição que vier, e vamos ter uma nova e boa vitória – insistiu o presidente.
Segundo as pesquisas mais recentes, Maduro conta com uma rejeição de cerca de 70%.
Depois de suspender um processo para revogar o mandato do governo atual em um referendo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) adiou as eleições regionais para iniciar um processo de legalização dos partidos que não haviam participado da última disputa nas urnas.
– Estou pronto para o que o Poder Eleitoral disser – garantiu Maduro, que chegou ao poder em 2013, após derrotar Henrique Capriles por uma margem apertada.
Maduro voltou a convidar a oposição a retomar o processo de diálogo, congelado desde o ano passado, depois que a oposição acusou o governo de não cumprir os acordos.
– Estou pronto para mostrar que cumprimos e, se não tivermos cumprido, cumprir – indicou.
– E, daqui, peço ao papa Francisco que continue nos acompanhando no diálogo, porque há uma conspiração em Roma contra o diálogo na Venezuela, e aqui também – acrescentou.
*AFP