
Manifestantes incendiaram nesta segunda-feira (12) um prédio administrativo do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), durante violentos distúrbios em Caracas, em mais um dia de protestos contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Grupos de encapuzados atiraram pedras e coquetéis molotov contra o prédio da Direção Executiva da Magistratura, em Chacao, provocando um incêndio na fachada. Uma grande coluna de fumaça se erguia sobre o prédio no final da tarde, em meio à ação dos bombeiros e da Guarda Nacional, que utilizou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
No prédio funciona um órgão auxiliar do TSJ, a administração e inspetoria do Poder Judiciário, alvo frequente de manifestantes desde o início da atual onda de protestos contra Maduro, que já deixou 66 mortos e mais de mil feridos. O TSJ anunciou nesta segunda-feira que mudará a instituição de local por considerar Chacao "um território sem lei".
Leia mais
Maduro formaliza referendo para constituinte sem arrefecer protestos
Para fugir de crise em seu país, venezuelanos estabelecem colônia no RS
Venezuela, o país onde tudo falta
Constituinte
O ataque ocorre no mesmo dia em que o TSJ rejeitou um recurso apresentado pela procuradora-geral, Luisa Ortega, contra a Assembleia Nacional Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro. "Pela acumulação inepta de pretensões, a Sala Eleitoral do TSJ declara inadmissível o recurso", anunciou o tribunal em sua conta no Twitter. Ortega apresentou a ação na quinta-feira passada (8), alegando que a Constituinte minava os direitos humanos e a democracia.
Chavista histórica, a procuradora-geral pediu a anulação da Constituinte convocada por Maduro há um mês e meio, cujas bases apresentadas foram aprovadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), para eleger 545 membros da Assembleia no próximo 30 de julho.
A Sala Eleitoral declarou "inoficiosa a decisão sobre a medida cautelar e, secundariamente, a liminar" que bloquearia o processo constitucional, tendo sido o recurso declarado inadmissível.
* AFP