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O Irma, que já foi furacão e tempestade tropical, foi rebaixado para a categoria de "depressão tropical" pelas autoridades dos Estados Unidos. Se no Caribe as rajadas de vento eram de 300 km/h, agora a velocidade do vento é de 50 km/h.
Após deixar um rastro mortal em Cuba e no Caribe, o fenômeno continua afetando o sudeste dos Estados Unidos, onde devastou as Florida Keys como furacão de categoria 4 e provocou inundações na cidade de Jacksonville, a mais populosa da Flórida. Após o Irma mudar de trajetória, sem impactar diretamente a rica costa leste da Flórida, os prejuízos foram menores do que o esperado.
O custo estimado dos danos foi revisado para baixo na segunda-feira (11), de cerca de US$ 100 bilhões para entre US$ 20 e US$ 40 bilhões.
— Nosso cenário catastrófico não se concretizou — disse o especialista na indústria de seguros Shahid Hamid.
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O número de mortos após a passagem de Irma – rebaixado para tempestade tropical após devastar, como furacão, várias ilhas do Caribe – chega a pelo menos 40. Cuba teve pelo menos 10 mortos no fim de semana, ilhas caribenhas registraram 27 vítimas e o Haiti registrou uma morte, na segunda-feira.
O número de vítimas, no entanto, ainda está sendo contabilizado. Segundo o jornal USA Today, o Irma provocou 45 mortes: seis na Flórida, três na Geórgia e uma na Carolina do Sul, além de 35 mortos no Caribe. O canal de televisão CNN, por sua vez, reporta 36 vítimas nas ilhas caribenhas.
Outras duas pessoas morreram em acidentes de trânsito provocados por Irma na Flórida, detalharam as autoridades, após informarem inicialmente três vítimas. Cerca de 6,5 milhões de pessoas continuam sem eletricidade na Flórida, de acordo com o governador Rick Scott.
Os habitantes da Flórida começaram, na segunda-feira, a avaliar os danos em suas propriedades, que pareciam inicialmente menores que o esperado.
O prejuízo é grande, mas não catastrófico, disse Roberto Cuneo, de 41 anos, morador de Miami Beach que decidiu não deixar sua casa e observou ruas inundadas com até 30 centímetros de água e palmeiras derrubadas pelo vento.
No extremo sul da Flórida o panorama era muito diferente. O acesso às Keys estava fechado. Após sobrevoar a área, o governador Rick Scott disse que a zona tinha ficado "devastada" e os estacionamentos de trailers destruídos.
Segundo os meteorologistas, o olho de Irma continuará se movendo sobre o sudoeste da Geórgia na noite de segunda-feira, e se moverá em direção ao Alabama na terça-feira.
Cerca de 6,3 milhões de pessoas no sudeste dos Estados Unidos foram ordenados a evacuar a zona devido ao furacão, que provocou um dos maiores êxodos da história do país.
Miami, a maior cidade americana na trajetória do Irma, amanheceu nesta segunda-feira com ramos, escombros e letreiros em suas ruas, especialmente no centro e no distrito financeiro de Brickell, cujo passeio costeiro foi invadido pelas águas.
"Estamos agora em uma fase de recuperação", disse o prefeito de Miami-Dade, Carlos Giménez. "Mas nos salvamos da pior parte da tempestade", acrescentou.
Ajuda internacional
Enquanto os residentes começavam a revisar suas casas, as autoridades advertiram sobre linhas elétricas derrubadas, esgoto sem tratamento e fauna deslocada, como serpentes e jacarés.
O presidente americano, Donald Trump, que prometeu viajar à Flórida "muito em breve", aprovou a declaração de catástrofe natural, que permite desbloquear fundos federais de ajuda aos afetados.
No Caribe, os habitantes tentavam voltar à normalidade apesar dos enormes danos de infraestrutura, enquanto os Estados Unidos, França, Holanda e Reino Unido buscavam ajudar seus territórios de ultramar, gravemente afetados.
Cuba, fortemente atingida durante 72 horas por vento, chuvas e altas ondas, começou a quantificar danos e reabilitar sua danificada infraestrutura de serviços.
O impacto no turismo ainda não foi avaliado, mas a destruição que a tempestade deixou em sua passagem poderia afetar gravemente uma economia que depende em grande medida dos quase três bilhões de dólares que o setor registra por ano.
O Panamá iniciou a distribuição de pelo menos 90 toneladas de ajuda humanitária a Saint Martin — ilha devastada pelo furacão — e Cuba, enquanto a Venezuela — país que enfrenta uma grande crise econômica — enviou 30 toneladas de alimentos, água potável e outros produtos a Cuba e várias ilhas do Caribe afetadas pelo Irma.