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UN Secretary General Antonio Guterres (L), US Ambassador to the UN Nikki Haley (L rear), US President Donald Trump (C) and Thailand's Foreign Minister Don Pramudwinai wait for a meeting on United Nations Reform at the UN headquarters on September 18, 2017 in New York City. / AFP PHOTO /
O presidente americano, Donald Trump, criticou nesta segunda-feira (18) a "burocracia" das Nações Unidas em seu discurso de estreia na organização.
— A ONU deve se concentrar mais nas pessoas e menos na burocracia (e buscar) resultados — defendeu Trump, que lidera uma ofensiva para reformar a organização. — A Organização das Nações Unidas foi fundada com metas verdadeiramente nobres, (mas) nos últimos anos não atingiu seu potencial devido à burocracia e à má administração — apontou Trump, que no passado chegou a afirmar que a organização funcionava como um "clube para que as pessoas se encontrassem, conversassem e passassem um bom tempo".
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Os Estados Unidos são o principal financiador da organização criada no final da Segunda Guerra Mundial. No entanto, Trump ameaça reduzir drasticamente esses fundos, o que para o secretário-geral da ONU, o português Antonio Guterres, criaria "um problema insolúvel" para a instituição.
— Nenhum Estado-membro deveria ser sobrecarregado desproporcionalmente com responsabilidade, militar ou financeira — considerou Trump, sentado entre Guterres e a embaixadora americana Nikki Haley.
Haley foi uma das principais responsáveis pelo corte de US$ 600 milhões no orçamento das missões de paz da ONU neste ano. A embaixadora americana na ONU destacou, na sexta-feira (15), que mais de 120 países apoiam a declaração apresentada pelos Estados Unidos pedindo uma reforma da ONU, considerando "um número milagroso" que prova o apoio para "um pacote maciço de reformas" que seriam lideradas por Guterres.
França e Rússia reagiram friamente à iniciativa dos Estados Unidos, preocupados com o fato de a primeira potência mundial se concentrar mais em reduzir o orçamento que em melhorar a eficiência da ONU.
Na terça-feira, na Assembleia Geral anual da ONU, na presença de cerca de 130 líderes mundiais, dominada pela escalada nuclear e balística da Coreia do Norte, o acordo nuclear com o Irã e a situação dos muçulmanos rohingyas em Myanmar, Trump tomará a palavra em frente ao famoso mármore verde.
Todos os olhos estarão voltados ao imprevisível presidente dos Estados Unidos, para ver como ele combina sua política "Estados Unidos primeiros" com o multilateralismo defendido pela ONU.