Uma explosão na estação de metrô de Parsons Green, em Londres, provocou pânico entre passageiros que estavam nas proximidades do local, nesta sexta-feira (15). O caso, tratado como ato terrorista pela Polícia Metropolitana da capital londrina, deixou pelo menos 22 feridos. Nenhum grupo terrorista, no entanto, reivindicou a autoria da explosão.
— Estávamos indo para o trabalho quando ouvimos uma enorme detonação — contou Charlie Craven, ainda com as mãos trêmulas. — Eu olhei ao meu redor e a primeira coisa que vi foi uma espécie de luz laranja, como nos filmes. Pessoas gritavam sem saber o que estava acontecendo.

Como faz em todas as manhãs, Craven, de 30 anos, se preparava para pegar a linha District para a City, o coração financeiro da capital britânica.
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— Tinha acabado de ouvir uma detonação. Eu olhei ao redor e vi essa parede de fogo vindo em nossa direção — conta Lauren Hubbard, de vinte anos.
No caminho para o trabalho, Louis Hather, de 21 anos, estava no vagão onde o dispositivo explosivo improvisado detonou por volta das 8h20min (4h20min pelo horário de Brasília). Ele descreveu para a AFP uma cenário de pânico.
— (Havia) pessoas gritando e correndo pelas escadas.
Ferido na perna na confusão, ele conseguiu sair para a rua, onde "as pessoas choravam.
— O ar cheirava plástico queimado — disse, chocado, descrevendo "uma mulher levada em uma maca numa ambulância com queimaduras por todo o corpo".
Bairro isolado
Os arredores de Parsons Green, localizado no bairro rico de Fulham, onde muitas famílias originárias da França se instalaram devido à proximidade das escolas francesas, foram imediatamente isolados pela polícia.
No início da tarde, uma dúzia de veículos das forças de ordem estavam estacionados na área, enquanto dois helicópteros sobrevoavam a região. Os habitantes pareciam abatidos, como Lucy, que passeava com seu cachorro.
— Não posso acreditar no que aconteceu aqui. Você sabe que pode acontecer, mas não perto de você — disse.
Solidários, os comerciantes afixaram cartazes oferecendo chá ou café, fornecendo seus banheiros ou tomadas elétricas para carregar os celulares. Entre eles, Lucy, chefe de um salão de osteopatia.
— É uma situação difícil, as pessoas estão estressadas, precisam conversar com suas famílias. Estamos apenas tentando ajudar como possível — diz.
Os moradores impedidos de voltar para casa esperavam na calçada e olhavam seus smartphones em busca de informações.
— Eu não consigo acreditar que isso aconteceu aqui, é um bairro muito familiar — lamenta Alex W., aliviado por ter optado pegar sua bicicleta em vez do metrô esta manhã.
Quinto atentado em seis meses
Tratada como ato terrorista pela polícia londrina, a explosão é o quinto ataque no Reino Unido em seis meses. Relembre os outros casos:
— Em março, em Londres, um terrorista usou um veículo para atropelar os pedestres na ponte de Westminster antes de esfaquear um policial, matando cinco pessoas.
— Em maio, um suicida explodiu uma bomba artesanal na saída de um show da cantora pop americana Ariana Grande em Manchester, matando 22 pessoas.
— Em junho, terroristas a bordo de uma caminhonete atropelaram pedestres na London Bridge, antes de esfaquearem vários deles, matando oito pessoas.
— Também em junho, Outro atentado, desta vez visando muçulmanos perto da mesquita londrina de Finsbury Park em junho, foi cometido por um homem qe se lançou contra a multidão, fazendo um morto e uma dezena de feridos.