Mala foi deixada sob o Viaduto Otávio Rocha nesta segunda-feira
Foto: Bruno Alencastro, Agência RBS

O segundo caso em menos de uma semana de mala suspeita, que mobiliza a polícia e bloqueia uma região da Capital, é tratado como uma coincidência pelo major Douglas Soares, comandante da Companhia de Operações Especiais da Brigada Militar.
- Acredito que seja uma coincidência, acho que esse foi um trote de mau gosto - afirma o major.
Ele aponta algumas diferenças entre as situações que mobilizaram o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) nesta segunda-feira, no Centro, e na terça-feira passada, na Cidade Baixa. As malas tinham estados de conservação distintos e a origem da denúncia veio de fontes diversas.
Nesta segunda-feira, a mala deixada no Viaduto Otávio Rocha estava surrada e a informação de que haveria uma bomba dentro dela partiu de uma ligação anônima ao telefone fixo de um Batalhão da BM, localizado no Centro Histórico. Já as duas malas encontradas na Rua João Alfredo e na Avenida Loureiro da Silva, na terça-feira passada, estariam em bom estado de conservação e o aviso à polícia teria partido da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

- Quando acionam o Gate já partimos do princípio de que houve uma triagem, feita pelo batalhão da área que vai até o local conferir a denúncia - diz Soares.
O comandante comenta que sempre que há a ameaça de bomba é preciso seguir um protocolo: isolar a área, chamar o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Nesta segunda-feira, um aparelho de raios x foi usado para interpretar o que havia dentro da mala. Após analisar a imagem, o Gate abriu o objeto e confirmou que o conteúdo era formado por roupas.
Civil acredita que mala tenha sido abandonada por ladrão
Apesar da BM suspeitar de um trote, a Polícia Civil acredita que a mala encontrada sob o Viaduto Otávio Rocha tenha sido abandonada por um ladrão após um furto. Titular da 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre há oito anos, o delegado Paulo Cesar Jardim, que investigará o caso, afirma que o crime é comum nos bairros Centro e Cidade Baixa, onde há muitos hotéis.
- É o que chamamos de furto de ocasião, que ocorre por um descuido dos donos das malas ou dos funcionários dos hotéis. É comum as pessoas deixarem as malas na calçada, o que favorece a ação dos ladrões. Eles pegam as malas, tiram o que tem dentro, e depois as abandonam na rua - explica Jardim.
Conforme o delegado, há muitas ocorrências desse tipo na 1ª DP, o que sustenta a hipótese da Civil:
- Não acredito que tenha sido um trote. Pode ser que vire moda no futuro, o que me preocupa, mas no momento investigamos os furtos - completa Jardim, responsável também pela investigação do caso das malas encontradas no bairro Cidade Baixa, na semana passada.
Uma das malas abandonada na Cidade Baixa estava vazia
Foto: Marcelo Carollo, Agência RBS
A polícia ainda não tem suspeitos, mas afirma que a relação entre os casos será investigada. Jardim explica que as três malas podem ter sido abandonadas pelo mesmo ladrão.
As malas encontradas nas ruas da regirão são encaminhadas para o depósito da delegacia, de onde podem ser retiradas pelos donos. Para evitar o crime, Jardim orienta os hóspedes a nunca deixar objetos na calçada e pedir sempre a ajuda de funcionários do hotel para descarregar o carro.
