A Polícia Civil de Três Passos propôs que o médico Leandro Boldrini, suspeito de envolvimento na morte do filho Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, prestasse novo depoimento, mas, desta vez, submetido ao detector de mentiras.
O advogado Jader Marques vai analisar a possibilidade com Boldrini, que está preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
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O objetivo da polícia é o de tentar esclarecer novos elementos que surgiram na investigação desde o depoimento prestado pelo médico em 16 de abril, dois dias depois de ser preso e de o corpo de Bernardo ser encontrado em uma cova em Frederico Westphalen.
A polícia pretendia ter o novo depoimento antes da conclusão do inquérito. Ele deveria ocorrer nesta sexta-feira, mas o advogado ainda não conseguiu tratar diretamente com o cliente. A resposta deve ser dada na próxima semana. A conclusão da investigação deve ser remetida pela polícia à Justiça na terça-feira.
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A mulher de Boldrini e madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, se negou a ser submetida ao detector de mentiras. No depoimento, Gracieli isentou o marido de qualquer envolvimento na morte de Bernardo.
Ela também negou premeditação do crime e admitiu ter matado o enteado. A morte, no entanto, segundo ela, teria sido "acidental".
Relembre o caso

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugulini, 36 anos, para comprar uma TV.
De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.
Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.
Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade. No dia 14, foram presos o médico Leandro Boldrini - que tem uma clínica particular em Três Passos e atua no hospital do município -, a madrasta e uma terceira pessoa, identificada como Edelvânia Wirganovicz, 40 anos, que colaborou com a identificação do corpo.