
Com a greve dos metroviários, o trânsito em São Paulo registrado por volta das 10h30min desta sexta-feira bateu o recorde histórico da cidade para o período da manhã. Nesse horário, a cidade tinha 252 quilômetros de lentidão o que representa 29% dos 868 quilômetros monitorados. A média para o horário é de 12%.
A lentidão ocorre por conta da greve de metroviários, que prejudica o funcionamento das três principais linhas de metrô da cidade. A paralisação entrou nesta-sexta no segundo dia consecutivo. Por conta da paralisação, o rodízio municipal de veículos continua suspenso na cidade assim como ocorreu na quinta-feira. A chuva agrava ainda mais o trânsito.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), no entanto, não contabiliza esse recorde. A companhia afirma que é o terceiro maior congestionamento da história pois só contabiliza os recordes até as 10h. Para a CET, o que vale é o registrado às 10h, quando a cidade tinha 249 km de lentidão, considerado pela CET o terceiro recorde histórico da cidade. O índice é o pior no ano de 2014.
Nesta sexta-feira, apenas uma das cinco linhas do Metrô funcionava normalmente no começo do dia: a via amarela operada pelo setor privado na ligação entre a Estação da Luz e a Zona Sul. Por volta das 5h30min, começaram a circular os trens da Linha 5 Lilás, entre o Capão Redondo e o Largo Treze, na Zona Sul.
Só duas horas mais tarde é que os usuários puderam acessar, parcialmente, esse meio de transporte nas demais linhas: a 1 Azul, entre as estações Paraíso e Luz; a Linha 2 Verde, entre as estações Paraíso e Clínicas e a Linha 3 Vermelha entre as estações Bresser e Santa Cecília. Com a confusão nas estações, a Polícia Militar chegou a usar bombas para reprimir piquete de grevistas.
Os metroviários de São Paulo decidiram, em assembleia realizada nesta quinta-feira, manter a paralisação. A categoria participou de uma nova audiência com o Metrô durante a tarde, mas não chegou a um acordo. Na reunião, foi sugerido pelos trabalhadores o reajuste de 12,2% - o valor pedido anteriormente era de 16,5%. Os representantes da companhia dizem que não é possível reajuste maior do que 8,7%.
A estimativa é de que 3,9 milhões de passageiros tenham sido diretamente atingidos pela greve na quinta-feira, que fechou 24 das 61 estações do metrô. O piso salarial dos metroviários é de R$ 1.323,55.