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A construção de uma nova aldeia indígena, principal impasse na duplicação da BR-386 desde o início da obra, deve ser concluída até novembro, ou seja, um ano antes do previsto. Ainda assim, a Fundação Nacional do Índio (Funai) não liberou os últimos dois quilômetros que ainda não receberam obras e ficam em frente à aldeia atual.
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De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), uma vistoria de técnicos da Funai às obras das 29 casas caingangues é esperada para o início do próximo mês. A expectativa é que, vendo o estágio avançado das obras, a entidade libere o trecho restante da rodovia, localizado na divisa entre Estrela e Bom Retiro do Sul, no Vale do Taquari.
Após a liberação, o Dnit estima que em seis meses a obra seja concluída. Portanto, a previsão de entrega da duplicação dos 33,8 quilômetros foi adiada mais uma vez. No mês passado, o departamento informou que a obra estaria pronta em outubro. Agora, foi adiada para fevereiro.
ENTENDA
Eleita pelos leitores de ZH, há cinco anos, como uma das três obras prioritárias para o desenvolvimento do Estado, a duplicação é uma luta de mais de 30 anos. Iniciada por lideranças do Vale do Taquari, foi abraçada também por outras prefeituras, já que cerca de 50% dos municípios se conectam com a BR-386.
Atualmente, cerca de 100 caingangues ocupam aproximadamente 400 metros às margens da rodovia. Mesmo que o espaço fique fora da área de domínio da ampliação da pista, a Funai não liberou que as obras iniciassem em dois quilômetros da obra. Uma das alegações é que o Dnit demorou para iniciar a construção da aldeia e que a obra pode por em risco a segurança dos índios.
Como o trecho fica entre outros com obras avançadas, representa um afunilamento na rodovia. No último feriadão, que uniu Páscoa e Tiradentes, foi um dos pontos mais críticos em termos de congestionamento e exigiu paciência dos motoristas.